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André Rocha

OPINIÃO

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Real Madrid toma liderança do Barça, que vê investimento indo para o ralo

Luka Modric disputa a bola contra Sergio Busquets na partida entre Real Madrid e Barcelona - Quality Sport Images/Getty Images
Luka Modric disputa a bola contra Sergio Busquets na partida entre Real Madrid e Barcelona Imagem: Quality Sport Images/Getty Images

Colunista do UOL Esporte

16/10/2022 13h45

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O Real Madrid é previsível no melhor sentido, se é que isso é possível.

Todos já conhecem as estratégias de Carlo Ancelotti, como o avanço de Modric à frente de Valverde ou Toni Kroos abrindo à esquerda em uma linha de quatro e dando liberdade a Vinicius Júnior para se aproximar de Benzema. Tchouaméni entrou na vaga de Casemiro para dar mais vigor e baixar a média de idade do meio-campo e da equipe. Simples assim.

Mas funciona. Ainda mais no Santiago Bernabéu, com o Barcelona desfalcado de Chistensen e Araújo na defesa e abalado pela mais que provável eliminação na fase de grupos da Liga dos Campeões, um duro golpe na projeção do clube que investiu "à brasileira": gastou o que não tinha, cerca de 160 milhões de euros, contando com o retorno esportivo que gera receitas e cobre o buraco.

Lewandowski, a principal contratação para a temporada, só apareceu ao perder uma grande oportunidade na pequena área no primeiro tempo e também no toque para Ferran Torres diminuir o placar, aproveitando bela jogada de Ansu Fati. Mantendo a estrutura do 4-3-3 de Xavi Hernández, mesmo após as substituições, e melhorando a produção ofensiva, apesar da fragilidade constante atrás.

Só que os merengues já haviam construído a vantagem de 2 a 0 ainda no primeiro tempo, em duas rápidas e precisas transições ofensivas. De Kroos para Vinicius Júnior, entrando em diagonal até parar em Ter Stegen e, no rebote, Benzema colocando nas redes. Depois nova ação pela esquerda, até Mendy servir Valverde livre por dentro na entrada da área. Finalização perfeita no canto.

Ainda teve gol bem anulado de Benzema e outras oportunidades de uma equipe consciente e absurdamente entrosada. Típico caso em que a repetição funciona. Tem como efeito colateral em alguns jogos uma queda de nível técnico após as substituições. Especialmente Camavinga, que desta vez não entrou bem na vaga de Modric.

Mas Rodrygo substituiu Vinicius Júnior aos 40 do segundo tempo e teve tempo para sofrer pênalti de Eric Garcia e converter a cobrança, na ausência de Benzema, que havia saído para a entrada de Asensio.

Os 3 a 1 fazem o atual campeão Real Madrid tomar a liderança de La Liga. O Barcelona parece desmoronar e vê o investimento indo para o ralo. É o risco da aposta "all in", quase inconsequente.