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André Rocha

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Benzema deve muito de sua Bola de Ouro a Ancelotti e Vinicius Jr.

Karim Benzema, do Real Madrid, leva a Bola de Ouro 2022 - FRANCK FIFE / AFP
Karim Benzema, do Real Madrid, leva a Bola de Ouro 2022 Imagem: FRANCK FIFE / AFP

Colunista do UOL Esporte

17/10/2022 18h25

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A "France Football" fez o óbvio e o mais justo: o melhor jogador da temporada 2021/22 foi, disparado, Karim Benzema.

Depois de voltar a ser convocado por Didier Deschamps para a seleção, o atacante "exorciza" com a mais importante premiação individual da Europa o "Caso Valbuena", embora, ao menos para este que escreve, sempre ficará um asterisco pela atitude moralmente mais que questionável com um colega de profissão.

Benzema marcou 46 gols e serviu 15 assistências. No décimo terceiro título de Liga dos Campeões do Real Madrid, 15 gols e duas assistências em 12 partidas. Aparecendo tantas vezes em momentos decisivos. Desequilibrou também na conquista de La Liga. Ou seja, foi o melhor na regularidade e também nos grandes jogos. Impecável.

Protagonista de um Real Madrid muito bem armado por Carlo Ancelotti. Treinador italiano que aposta na estabilidade, seja no vestiário ou no campo. Define um time titular que abrigue os melhores jogadores e administra, mas com boas sacadas táticas, como o trabalho duplo de Valverde à direita e uma equipe que sabe jogar trabalhando a bola no campo de ataque ou em rápidas transições ofensivas.

Também usando a força mental e o peso da camisa mais vencedora do planeta para sair de adversidades inacreditáveis na Champions. Contra PSG, Chelsea, City e até na final com o Liverpool, com atuação espetacular de Courtois.

A serenidade no comando que deu confiança a Vinicius Júnior, que foi para Benzema o que o francês foi durante anos para Cristiano Ronaldo: um coadjuvante de altíssimo nível. Partindo da esquerda em velocidade, driblando, infiltrando em diagonal, dando opção para passes longos e dividindo a marcação quando a jogada é criada do lado oposto. Principalmente servindo passes que Benzema aproveitou muito bem ao longo da jornada vitoriosa.

Prêmio inquestionável, mérito inegável de Karim Benzema, aos 34 anos. Mas o contexto favorável e os auxílios luxuosos de treinador e companheiro de ataque foram fundamentais para a consagração de um dos grandes da história do futebol europeu.