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Gabigol decide a Libertadores que o Flamengo mais precisava vencer
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O Flamengo levou para Guayaquil todo o peso da América do Sul nas costas. Favoritismo, desgaste físico e emocional, responsabilidade de vencer depois da doída derrota em 2021.
A disputa em campo ainda somou um Athletico com a surpresa de Felipão: marcação individual. Dentro do esperado plano de um jogo físico e direto. Cada um pegava o seu e marcava com intensidade máxima. Com entradas mais duras de Pedro Henrique e Hugo Moura, os truculentos já conhecidos do sistema defensivo.
Ainda a saída de Filipe Luís, que vive um drama no Flamengo em finais. Falhou em 2019 no gol do River, saiu lesionado com 15 minutos contra o Palmeiras, perdeu o pênalti na disputa com o Corinthians no mata-mata nacional e nova contusão, com menos de 20 minutos no Equador.
Mais um problema emocional, porém uma solução tática, com velocidade e vigor para explorar os espaços deixados pelo lateral Kellven, que foi treinado para caçar Filipe Luís no campo de ataque e agora deixava espaços às suas costas para um adversário que os atacava.
Justamente a brecha explorada por Ayrton Lucas para sofrer a falta de Pedro Henrique que gerou o segundo amarelo e, consequentemente, a expulsão do zagueiro atleticano. O time de Dorival Júnior começava a encontrar na movimentação das peças os espaços para chegar à frente, inclusive com uma curiosa troca entre Everton Ribeiro, que recuava, e Thiago Maia, que avançava livre, sem que Vitor Bueno o acompanhasse.
Mas foi na confusão do Athletico para mudar a marcação e reorganizar as linhas que entrou a inteligência de Gabigol. Como Kellven era mais ala que lateral, ficou uma indefinição atrás. E foi nesse espaço que o camisa nove apareceu para receber o cruzamento de Everton Ribeiro, depois de tabela do meia com Rodinei, para marcar o gol que seria do título.
A única participação importante do atacante no jogo. Antes e depois, muitos erros técnicos e falhas na hora da assistência ou da finalização. Mas como questionar o maior artilheiro brasileiro em Libertadores, agora junto com Luizão? O jogador que marcou quatro gols em três finais de Libertadores, decidindo duas? Como não reconhecê-lo como o segundo maior ídolo da história do time de maior torcida do país?
No segundo tempo nitidamente faltou fôlego e sobrou medo do fracasso conforme o tempo passava. As substituições não melhoraram o Flamengo e tornaram o Athletico mais ofensivo e perigoso. O time de Felipão achou gols salvadores em todas as etapas do mata-mata e poderia ter empatado na cobrança de falta de Terans que Santos defendeu.
Mas seria injustiça com uma campanha histórica, de 12 vitórias e apenas um empate, 33 gols marcados e oito sofridos. Com Pedro como artilheiro e Gabigol, mais uma vez, o personagem de uma conquista que era praticamente obrigatória. A comunidade Flamengo não suportaria um novo revés em decisão continental.
Era a "final que se ganha". De todas era a que o Flamengo mais precisava vencer, pelas circunstâncias. E ganhou. É tricampeão e confirma a mudança de patamar no continente.
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