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André Rocha

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Cano e Ganso deitam e rolam com a falta de leitura de Ceni

Cano comemora gol do Fluminense sobre o São Paulo, em jogo do Campeonato Brasileiro - WANDERSON GOMES/PHOTOPRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
Cano comemora gol do Fluminense sobre o São Paulo, em jogo do Campeonato Brasileiro Imagem: WANDERSON GOMES/PHOTOPRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

Colunista do UOL Esporte

05/11/2022 18h57

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Rogério Ceni vem marcando a carreira de treinador pela capacidade de quase sempre montar bem suas equipes para iniciarem os jogos, mas dificuldade de leitura e ação quando os adversários mudam peças ou comportamentos.

No Maracanã, planejou bem o primeiro tempo, com o São Paulo marcando e atacando de forma organizada, mesmo com desfalques e novamente Reinaldo improvisado na ala direita, para sufocar a concentração de jogadores do Fluminense e, principalmente, tentar impedir que a bola chegasse a Paulo Henrique Ganso e Gérman Cano em boas condições perto da zona de definição.

Ainda assim, o time de Diniz ficou com a bola nos primeiros 45 minutos (69%) e finalizou nove vezes, quatro no alvo. Felipe Alves foi o melhor são-paulino, incluindo defesaça com a bola ainda batendo no travessão. De Cano, claro, a grande referência do Flu para as finalizações. Ganso ditava o ritmo quando a bola chegava, procurando zonas livres e distribuindo.

Mas foi o São Paulo que abriu o placar, em linda finalização de Luciano, no ângulo de Fabio. A mais bem-sucedida das quatro conclusões dos visitantes, três no alvo. Premiando a proposta corajosa no Maracanã.

Só que parecia óbvio que o Flu adiantaria a marcação e seria mais assertivo nas ações ofensivas A "dica" já estava nas substituições de Diniz, incluindo Matheus Martins na vaga de Yago Felipe e, principalmente, Nathan no lugar de Nino, com André recuando para a zaga. A lógica indicava a Ceni uma marcação naturalmente mais recuada e, obviamente, atenção total na criação de Ganso e nas finalizações de Cano. Tudo que o São Paulo não fez.

Foi empurrado para trás e levou três de Cano em 13 minutos. O terceiro de cabeça, completando cruzamento preciso de Ganso. Um atropelo até previsível, inclusive pela atmosfera incrível no estádio. Festejando a virada e também a incrível marca do artilheiro argentino, chegando a 24 gols no Brasileiro e 42 na temporada. Os seis do time nos últimos três jogos.

Com total liberdade para deitar e rolar. Por méritos do camisa 14, da equipe de Diniz, mas também da incrível dificuldade de Ceni para perceber mudanças que saltam aos olhos. Talvez pela personalidade, desde os tempos de jogador, que dificilmente reconhece méritos dos oponentes e os próprios erros e deficiências. Por isso não dá o salto esperado na carreira.

Melhor para o Fluminense, que ratifica a ótima campanha nos pontos corridos e o saldo positivo na temporada.

(Estatísticas: SofaScore)