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André Rocha

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Pedir Gabigol na Copa é pensamento mágico, puro e simples

Gabigol retomou a titularidade da seleção brasileira após ficar no banco na estreia da Copa América - Wagner Meier/Getty Image
Gabigol retomou a titularidade da seleção brasileira após ficar no banco na estreia da Copa América Imagem: Wagner Meier/Getty Image

Colunista do UOL Esporte

08/11/2022 08h52

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Pedro foi o artilheiro absoluto e melhor jogador da edição 2022 da Libertadores. 12 gols e ainda sobrou em desempenho.

Mas não decidiu. O gol do título foi de Gabigol, mesmo com uma atuação fraca. Dele e do Flamengo.

O camisa nove rubro-negro virou lenda, chegando a quatro gols em três finais. É o segundo maior jogador da história do time de maior torcida do país. Ídolo inquestionável.

Mas a temporada passou longe de ser boa individualmente. A mudança de estilo, com mais mobilidade e participação na construção, inibiu o que Gabi tem de melhor: o último toque, a finalização. No máximo, a assistência, depois de atacar os espaços às costas de defesa, quase sempre em diagonal.

Gabigol não é um ótimo passador. Sem Bruno Henrique, as assistências em inversões "fatiando" a bola rarearam. Também não é um velocista para atacar grandes espaços, muito menos um driblador para abrir defesas da ponta para dentro. É um finalizador, em essência.

Nas conquistas da Copa do Brasil e da Libertadores, poucos gols nas fases decisivas. No mata-mata nacional, apenas um, contra o São Paulo. Na Libertadores, um no Tolima nos 7 a 1, outro no Corinthians na vitória por 2 a 0 em Itaquera...e o decisivo na final.

Foi bem mais útil como ídolo, criando o "inferno" para os atleticanos e chamando a torcida depois da cobrança de pênalti na final da Copa do Brasil. Só que com a camisa verde e amarela não tem essa moral toda. É coadjuvante.

Pedir Gabigol na seleção não faz muito sentido. Nada de destaque no ciclo, por isso perdeu espaço para os jovens que surgiram.

Acreditar que ele poderia sair do banco em um jogo grande de Copa do Mundo e ser decisivo é pensamento mágico, puro e simples. "Se faz na Libertadores, por que não no Catar?"

Bem, talvez porque o nível de competição seja muito diferente. E vale lembrar que Gabigol disputou uma "final de Libertadores" com a camisa verde e amarela: a decisão da Copa América 2021 contra a Argentina, no Maracanã. Substituiu Lucas Paquetá aos 31 do segundo tempo e mais discutiu com rivais e arbitragem do que produziu em campo.

Como confiar? Tite foi coerente e chamou quem entregou mais em seus clubes e na própria seleção. Simples assim.

Errata: este conteúdo foi atualizado
Diferentemente do que foi informado no texto, Gabigol atuou na final da Copa América de 2021, e não 2001. O erro foi corrigido.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL