Mano Menezes faz muito mais com bem menos que Rogério Ceni

Jogada bem trabalhada pelo quarteto ofensivo, belo gol de Mauricio. O único no Morumbi da vitória do Internacional que deixa o time bem próximo do vice-campeonato brasileiro e afunda o São Paulo na briga pelas últimas vagas na Libertadores.

Com mais três pontos, a equipe gaúcha abre nada menos que 19 sobre o Tricolor. Com elenco menos farto, embora não haja exatamente um abismo em termos de investimento no futebol. Em campo, porém, a distância ficou grande.

Ainda que a partida no Morumbi tenha sido equilibrada, Rogério Ceni possa reclamar de turbulência política, dificuldades financeiras e desfalques por lesões, um tormento desde os tempos de Hernán Crespo. Sem contar o gol anulado, com "auxílio" do VAR, marcado por Igor Gomes possa ser questionado pela suposta falta de Rodrigo Nestor sobre Rodrigo Moledo fora da sequência assistência-finalização.

É inegável, porém, que o Internacional é mais organizado, para atacar e defender. Mauricio abre o corredor para Bustos passar, Pedro Henrique fica espetado, embora infiltre em diagonal, enquanto Renê apoia por dentro. Alemão se mexe, abre espaços, mas também tem presença de área, muitas vezes acionado por Alan Patrick. Atrás, Vitão é o melhor de uma última linha defensiva bem posicionada.

É um time que sabe o que faz. Méritos de Mano, que recuperou a terra arrasada de "Cacique" Medina e tem como único porém na temporada a eliminação vexatória para o Melgar na Sul-Americana. Poderia, inclusive, ter cruzado com o Independiente del Valle nas semifinais. Em tese, nos jogos de ida e volta teria boas chances de fazer frente à equipe que seria campeão. Em cima do frágil time de Ceni.

Sim, o tempo a mais dedicado ao Brasileiro enquanto o São Paulo dividia atenções com Copa do Brasil e Sul-Americana certamente pesou a favor do Colorado. Mas não para 19 pontos de diferença..

O fato é que Mano fez muito mais com bem menos que Ceni.