Topo

André Rocha

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Inglaterra dá espetáculo na estreia. Se vai amarelar é outra história

Meio-campista Jude Bellingham comemora primeiro gol da Inglaterra na Copa ao lado de Mason Mount - Anadolu Agency/Anadolu Agency via Getty Images
Meio-campista Jude Bellingham comemora primeiro gol da Inglaterra na Copa ao lado de Mason Mount Imagem: Anadolu Agency/Anadolu Agency via Getty Images

Colunista do UOL Esporte

21/11/2022 12h39

Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail

Email inválido

A retranca do Irã de Carlos Queiroz deu trabalho nas últimas Copas do Mundo. Um 5-4-1 compacto, muitas vezes fazendo os laterais fecharem por dentro e os pontas recuarem, formando uma linha de seis ou até sete homens protegendo a própria área. Só Taremi lutando na frente.

A boa resposta da Inglaterra foi trocar passes entre os defensores e os meio-campistas Rice e Bellingham com paciência, atraindo a pressão do adversário. A chave era Harry Kane recuar, puxando os três zagueiros e, consequentemente, a última linha para frente e usando a velocidade de Saka e Sterling nas costas.

Mas o gol que abriu o placar e descomplicou o jogo veio pelo alto, com Bellingham aparecendo como elemento surpresa para receber o cruzamento de Shawn pela esquerda. O meio-campista do Borussia Dortmund, 19 anos, foi um dos destaques da estreia inglesa.

Kane não foi às redes, mas serviu Sterling e Rashford, que substituiu Saka. Uma assistência em cada tempo, mais a mobilidade e a técnica costumeiras do artilheiro que faz o Tottenham e também a equipe de Gareth Southgate jogarem. Saka marcou dois, deitando e rolando ao cortar da direita para dentro e finalizar de canhota.

Com Foden e Grealish nas vagas de Mount e Sterling, depois Wilson no lugar de Kane, a Inglaterra seguiu com qualidade na frente e marcou o sexto gol com Grealish. Ritmo de treino.

Mas Maguire deu espaços às costas e permitiu a infiltração de Taremi. O contestado zagueiro do Manchester United saiu logo depois do primeiro gol iraniano, aparentemente por mal estar. Nos acréscimos, um pênalti muito questionável marcado pelo brasileiro Raphael Claus, com auxílio do VAR, para Taremi se juntar a Saka e Enner Valencia com dois gols.

6 a 2, maior vitória inglesa em estreias de Mundiais. Uma atuação segura, com momentos de espetáculo. Com 78% de posse, 13 finalizações, sete no alvo, seis nas redes. As oito conclusões concedidas, três no alvo e duas nas redes podem até ser motivos de preocupação.

É injusto, porém, colocar qualquer asterisco no bom desempenho de uma eterna favorita que desde 1966 não confirma esse status. Se vai amarelar lá na frente é outra história.

(Estatísticas: SofaScore)