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André Rocha

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

França despacha zebra e fantasma dos desfalques na estreia

Giroud faz o quarto da França contra a Austrália na Copa do Mundo - FRANCK FIFE / AFP
Giroud faz o quarto da França contra a Austrália na Copa do Mundo Imagem: FRANCK FIFE / AFP

Colunista do UOL Esporte

22/11/2022 18h02

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2002 chegou a ecoar, depois da derrota da Argentina para a Arábia Saudita, quando Lecke ganhou de Lucas Hernández pela direita e serviu Goodwin, abrindo o placar para a Austrália logo aos oito minutos de jogo.

Mas foi justamente a entrada de Theo Hernández, irmão do lesionado Lucas, que começou a fazer fluir o jogo de França. Porque deixou o corredor para o lateral esquerdo do Milan e fez Mbappé se aproximar de Giroud e Griezmann para trabalhar por dentro na execução do 4-2-3-1, cuja movimentação passou a confundir Aaron Moy, o volante único do 4-1-4-1 dos australianos.

Rabiot empatou, com assistência de Theo, e serviu Giroud no gol da virada, ainda no primeiro tempo. Depois cruzamento da direita de Dembelé e gol de cabeça de Mbappé, que em seguida atacou o fundo como ponta e colocou na cabeça de Giroud, agora maior artilheiro da história da seleção francesa, com 51 gols. Enfim indo às redes, depois do jejum em 2018.

É claro que a Austrália, mesmo no universo maluco e equilibrado do futebol de seleções, não pode ser considerada um parâmetro seguro para avaliar as possibilidades da França na Copa.

Fica claro, porém, que a atual campeã do mundo, comandada por Didier Deschamps, é a única seleção no planeta que tem condições de se manter competitiva e proporcionar momentos de espetáculo mesmo com a quantidade e o peso dos desfalques no grupo convocado. Incluindo Karim Benzema, o recém premiado Bola de Ouro da "France Football".

Konaté e Upamecano dando conta do trabalho defensivo com a última linha adiantada. Tchouaméni dominante no meio-campo. Pavard um pouco mais preso e atacando por dentro para Dembelé abrir o campo à direita. Theo atacando no lado oposto e Rabiot apoiando o trio por dentro. Compete e joga fácil, mesmo sem Kimpembe, Kanté, Pogba, Benzema e, provavelmente, também Lucas Hernández.

63% de posse, 89% de efetividade nos passes, 23 finalizações a quatro. 4 a 1 no placar para despachar a zebra, já liderar o Grupo C pelo empate sem gols entre Dinamarca e Tunísia, e ainda exorcizar o fantasma dos desfalques, ao menos na estreia que foi mais traumática para outra favorita que abriu o terceiro dia de jogos.

(Estatísticas: SofaScore)