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Falta de inteligência explica vexame argentino
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O plano da Arábia Saudita era ousado, quase suicida para encarar a favorita Argentina na estreia do Grupo C.
Setores muito próximos, linhas altas e saída rápida invertendo o lado para fugir logo do perde-pressiona. Jogo muito físico, com entrega absoluta.
A Argentina respondeu bem atacando em bloco no início. Lionel Messi perdeu boa chance, depois a equipe de Scaloni ganhou de presente um pênalti mais que discutível sobre Paredes que Messi converteu.
Em seguida começou a aparecer o grande problema argentino na partida: a falta de inteligência. Para encontrar soluções diante da proposta do treinador francês Hervé Renard.
Acostumada a jogar curto, aproximando Messi, Di María, De Paul, Lautaro Martínez e Lo Celso, lesionado e substituído por Papu Gómez, na entrada da área adversária, a albiceleste ficou desconfortável ao ser obrigada a alongar os ataques, buscando infiltrações nas costas da defesa do oponente.
Nada menos que sete impedimentos e três gols anulados por centímetros. 63% de posse, mas apenas cinco finalizações. Muito pouco em 45 minutos.
Pior ainda o "apagão" na volta do intervalo. Os árabes adiantaram as linhas de vez, passaram a ganhar divididas no campo de ataque e tiveram volume de jogo para virar em oito minutos. Dois golaços, de Al-Shehri e Al-Dawsari. Para encher a zebra de coragem e os favoritos, ostentando 36 jogos de invencibilidade, de desespero.
Com o nervosismo, menos inteligência ainda. A Arábia seguiu pressionando o adversário com a bola, adiantando a última linha, lutando por cada bola e contando com a segurança e o posicionamento perfeito dos zagueiros Al Tambakti e Al-Boleahi e do goleiro Al-Owais.
A Argentina tentava acionar Messi, que batia na parede defensiva. Também muitos cruzamentos, de Di María à direita e Acuña, que substituiu Tagliafico, pela esquerda. Foram 15 finalizações, seis no alvo. Mas chance cristalina mesmo só no chute salvo sobre a linha, porém depois de uma falta clara no goleiro.
Um vexame, e é impossível encontrar um eufemismo para aliviar. Decepção total e preocupação para a sequência do Mundial, contra México e Polônia. E Messi chega à sua última Copa passando a mesma imagem de passividade diante da primeira dificuldade. Não lidera para corrigir a rota. Ainda perdeu a bola que gerou o contra-ataque do gol de empate.
Em contraste, o feito heróico dos árabes, também pelos absurdos 14 minutos de acréscimo. Jogaram no limite físico e fizeram história. Na coragem de Hervé Renard.
(Estatísticas: SofaScore)
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