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Tite tem boas opções, mas peso da ausência de Neymar não é pequeno
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Como era esperado e temido logo após a estreia brasileira no Mundial, Neymar e Danilo ficarão de fora dos outros dois jogos da primeira fase, contra Suíça e Camarões. Lesões nos tornozelos, aparentemente mais grave no camisa dez.
Ausências importantes, mas incomparáveis. Ainda que muitos até considerem que a escolha na lateral possa ser mais complexa, entre Daniel Alves e a improvisação de Éder Militão.
Dentro da função, a escolha parece clara: se Tite quiser um lateral que participe mais da articulação das jogadas, auxiliando Casemiro e Alex Sandro, sem maiores preocupações defensivas, a opção é Daniel Alves. Pode ser contra Camarões. Já em uma disputa em que o lateral tenha que ficar mais atrás, na base da saída de bola, com os zagueiros Marquinhos e Thiago Silva, Militão seria o mais recomendado. Deve ser a tendência para a partida diante da Suíça.
Mas quem substitui Neymar?
Por mais que não se aprecie o comportamento do cidadão e da figura pública, como este que escreve, parece absurdo subestimar a ausência do craque do time.
Sim, Neymar ainda é o mais talentoso e o atleta mais capaz de desequilibrar em jogos grandes no Mundial, Mesmo em uma atuação apenas razoável na estreia contra a Sérvia, demorando a soltar a bola, iniciou com dribles a jogada do primeiro gol, atraiu a marcação abrindo espaços para Vinicius Júnior e foi quem mais sofreu faltas na partida.
É a referência técnica, quem os companheiros procuram em momentos de dificuldade. Não é fácil repor, até porque a característica de ser "arco" e "flecha", de armar e finalizar, como Tite costuma ressaltar, é única no grupo. O treinador pode optar por Fred, adiantando Lucas Paquetá, ou simplesmente colocar Rodrygo na função de segundo atacante por dentro, como já executou no Real Madrid.
Boas opções, e o colunista escolheria Rodrygo, para manter a proposta ofensiva, porém equilibrada, que amassou a Sérvia no segundo tempo.
Mas não é fácil. E caso Neymar não consiga voltar para os jogos eliminatórios, ou tenha que atuar no sacrifício, pode ser um problema capaz de afastar a seleção brasileira do hexa. Não é impossível vencer sem a principal estrela e o Brasil é um exemplo clássico: em 1962, com Amarildo na vaga de Pelé na campanha do bicampeonato no Chile.
Só não é trivial, como muitos querem fazer parecer. A antipatia com o personagem não pode contaminar a análise. E ninguém sabe se Richarlison e Vinicius Júnior estão prontos para comandarem a seleção cinco vezes campeã em busca de mais um título.
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