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André Rocha

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Inglaterra chega com autoridade, mas como parar Mbappé?

Mbappé aplaude torcida da França após classificação contra a Polônia na Copa do Mundo  -  FRANCK FIFE / AFP
Mbappé aplaude torcida da França após classificação contra a Polônia na Copa do Mundo Imagem: FRANCK FIFE / AFP

Colunista do UOL Esporte

04/12/2022 18h08

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Cinco gols, duas assistências. Dos nove gols marcados pela França na Copa, apenas dois não tiveram participação decisiva de Kylian Mbappé.

A atual campeã até sofreu contra uma Polônia mais corajosa, organizada em um 4-1-4-1 que dava mais companhia a Lewandowski e teve grande chance com bola rolando na "blitz" que parou em Lloris e Varane, com incrível gol perdido por Zielinski.

Obrigou Griezmann a deixar a função de meia central no 4-2-3-1 para recuar por dentro em uma segunda linha de quatro, ao lado de Tchouaméni, abrindo Rabiot pela esquerda e Dembelé voltando à direita. Tudo para não perder consistência defensiva e dar liberdade a Mbappé para se aproximar de Giroud.

Valeu o esforço dos demais, já que o camisa nove abriu o placar, com assistência de Mbappé, chegando aos 52 gols com a camisa da seleção e se isolando como maior artilheiro. Quando a Polônia aumentou a presença na área rival com Milik se juntando a Lewa, ameaçando uma pressão, Mbappé resolveu.

Dois golaços, chegando a nove. Fechando 3 a 1 com o gol de pênalti de Lewa no ato final. Com 23 anos, os 16 de Klose parecem questão de tempo para o camisa dez francês. A começar pela Inglaterra nas quartas.

Sem Sterling, com problema familiar, Gareth Southgate repaginou sua equipe em um 4-3-3, encorpando o meio-campo com Henderson ao lado de Rice e Bellingham. Saka e Foden nas pontas e Kane na frente. Ou novamente como "falso nove" e seus movimentos fundamentais.

Senegal deu trabalho ao goleiro Pickford com Dia e forçou pela esquerda, com Ismaila Sarr para cima de Walker. Mas o meio-campo, sem o suspenso Gueye, foi sendo minado aos poucos. Muitas vezes com apenas dois volantes contra quatro, o trio e mais Kane. Porque muitas vezes Ndiaye, o meia central do 4-2-3-1 senegalês, ficava mais adiantado, junto com Dia.

Foi só o tempo do ajuste de movimentos, com Kane saindo da área e algum meio-campista aparecendo no espaço. Quando Bellingham escapou pela esquerda, Henderson entrou no tempo certo para finalizar e abrir o placar.

Senegal desmanchou mentalmente e o segundo foi questão de tempo. Contragolpe, assistência de Foden, primeiro gol de Kane na Copa. No apito final do primeiro tempo, a disputa pelas oitavas tinha terminado.

Saka "fechou" a tampa entrando em diagonal e completando nova assistência de Foden, que não pode ser reserva desse time. Depois foi administrar o fôlego e rodar o grupo. Os 3 a 0 não foram exagerados, mas sim o símbolo da eficiência: oito finalizações, quatro no alvo e três nas redes. Senegal concluiu dez, mas no alvo só o chute de Dia que Pickford salvou.

O ataque funcionou - agora é o mais eficiente do Mundial, com 12 - e será fundamental nas quartas. A Inglaterra chega com autoridade, porém a grande questão é defensiva: como parar Kylian Mbappé?

Será preciso um sistema de proteção mais eficiente. Se Sarr deu trabalho a Walker, imagine um dos melhores atacantes do mundo. O lateral vai precisar da cobertura de Stones, companheiro de Manchester City. Também do auxílio de Henderson. Ainda assim, não será fácil. Principalmente se Mbappé inverter o lado e disparar para cima do lentíssimo Maguire.

Duelo equilibrado, mas a França carrega favoritismo natural. Não só pela mentalidade vencedora, em contraste com o jejum histórico do rival, mas principalmente pelo craque e artilheiro desequilibrante. Quem segura?

(Estatísticas: SofaScore)