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Portugal voa sem Cristiano Ronaldo, mas terá que respeitar Marrocos
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A Espanha fugiu tanto do Brasil que só vai parar em Madri. Falhou nas oitavas pela total falta de imaginação e improviso. Posse estéril.
Marrocos se defendeu com fibra e organização, no 4-1-4-1 com o bom volante Amrabat entre as linhas de quatro. Saídas rápidas pelos flancos, com Hakimi e Ziyech à direita e Boufal, do lado oposto, levando vantagem sobre Llorente, a novidade de Luis Enrique na lateral direita.
120 minutos nesse cenário. A seleção africana teve chances mais claras em contragolpes, mesmo finalizando apenas seis vezes contra 12. Mas duas no alvo contra apenas uma espanhola. A oportunidade mais cristalina cai no pé do limitado centroavante reserva Cheddira, já na prorrogação.
A equipe de Luis Enrique decepcionou demais, mesmo descontando a juventude da base titular. A proposta de jogo tentou se impor na persistência e também no cansaço físico e mental de um oponente que só teve a bola por 23% do tempo. Mas sem mobilidade, drible ou o passe diferente, nada acontece.
A bola não entrou nem nos pênaltis. Sarabia bateu na trave, Soler e Busquets pararam no goleiro Bono. Hakimi enfiou uma cavadinha para o ex-lateral do Real Madrid fechar os 3 a 0, mandar a Espanha para casa e Marrocos merecer muito respeito nas quartas.
Ainda que Portugal tenha voado e atropelado a Suíça com a maior goleada e a melhor atuação coletiva das oitavas. Também o melhor desempenho individual.
Logo de Gonçalo Ramos, artilheiro do Benfica e do Campeonato Português, que colocou Cristiano Ronaldo no banco. Três gols, um com cavadinha, que poderiam ter sido quatro ou cinco. 6 a 1 construído com a força do artilheiro, bem acompanhando por Bruno Fernandes e João Félix pelos lados na execução do 4-3-3.
No meio, William Carvalho, Bernardo Silva e Otávio, outra aposta de Fernando Santos, engoliram Xhakira, Freuller e Sow. Bola roubada, transição rápida contra Schar, Rodríguez e Akanji, que ficou com um espaço enorme para cobrir com Fernandes virando ala pela direita e liberando Shaqiri para se juntar a Embolo. Vargas virou ala pela esquerda no confuso 3-1-4-2 do treinador Murat Yakin.
Bernardo Silva pressionava Xhaka e complicava a saída de bola de uma Suíça irreconhecível, dando a clara impressão de sentir o desgaste físico da guerra física e mental com a Sérvia.
Portugal manteve a concentração e foi às redes com Pepe, Raphael Guerreiro e Rafael Leão, este já nos acréscimos, além da "tripleta" do novo artilheiro. Méritos de Fernando Santos, o primeiro treinador português a chegar às quartas de um Mundial - em 1966 e 2006, quando o país foi semifinalista, os técnicos eram os brasileiros Otto Glória e Luiz Felipe Scolari.
O duelo de sábado, porém, não será fácil. Apesar da clara vantagem física, de Portugal que poupou contra a Coreia do Sul e administrou boa parte do segundo tempo das oitavas, enquanto Marrocos vem jogando no limite. E vai deixar tudo em campo mais uma vez.
(Estatísticas: SofaScore)
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