Gol "à la CR7" consagra Marrocos e manda Portugal para casa

A entrega e a paixão dos marroquinos, dentro de campo e nas arquibancadas, são, de fato, comoventes e vão dominar as análises sobre a primeira seleção africana classificada para as semifinais. Também a primeira a vencer nas quartas sem prorrogação.

Mas o que dificultou a vida de Portugal foi mesmo a falta de espaços, que sobraram nos 6 a 1 sobre a Suíça. O 4-1-4-1 do treinador Walid Regragui é extremamente organizado e compacto, com surpresas como Hakimi - famoso no PSG pela força ofensiva, mas também pelos espaços que deixam às costas - formando muito bem a última linha de quatro sem bola.

E quando o sistema defensivo é furado aparece o goleiro Bono, o melhor da Copa até aqui. O fato é que mandaram Portugal e Espanha para casa sem sofrer um único gol.

Ainda encerraram a história de Cristiano Ronaldo em mundiais de seleções com um gol "à la CR7", de En-Nesyri, atacante do Sevilla, que subiu muito mais que Ruben Dias e Diogo Costa para completar cruzamento alto de Attiyat Allah. Impulsão tão impressionante quanto os 27% de posse e nove finalizações, contra 11 dos portugueses, que tiveram a chance no final com Pepe cabeceando para fora.

A boa campanha da seleção de Fernando Santos parou na parede que só foi vazada uma vez no Mundial, justamente pelo Canadá. E quem diria que o grupo que foi considerado um dos mais fracos da primeira fase colocaria duas seleções nas semifinais?

E é dever da Argentina e de França ou Inglaterra respeitar Croácia e Marrocos. Na Copa da negação dos espaços e do auge da globalização, não há mais certezas.

(Estatísticas: SofaScore)