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SAF já muda patamar do Vasco, mas o "craque" ainda é a torcida
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Antes de fechar oficialmente a compra do futebol do Vasco pelo modelo SAF, o sócio da 777 Partners, Josh Wanders, afirmou, ainda em março, antes do último clássico com o Flamengo pelas semifinais do Carioca, que seria a última vez que o clube entraria em campo com desvantagem financeira em relação ao maior rival.
Qualquer um que entende minimamente como funciona o negócio futebol sabe que isso foi apenas uma bravata para fazer populismo. Não há mágica nesse meio e o caminho de reconstrução do Cruzmaltino é longo. Para alcançar o atual campeão sul-americano vai demandar muito tempo, ainda que vitórias nos confrontos diretos e até algum título estadual sejam possíveis nos primeiros anos. Não é qualquer camisa que está ali.
Mas os primeiros passos até aqui são interessantes. Ainda que tenha sonhado com Vojvoda e acordado com a dupla Abel Braga/Mauricio Barbieri, a chance de montar uma equipe organizada e atual em termos táticos é grande. E desta vez sem a pasmaceira que o novo treinador viveu no Red Bull Bragantino, com uma estabilidade que não levou o clube a lugar algum. Em São Januário, a pressão de time grande, na dose certa, vai ajudar.
Das contratações até aqui, Pedro Raul é a principal. Mas o típico centroavante de referência com faro de gol vai precisar de um time ao seu redor. Por isso o investimento na reformulação. Leo, sem a perseguição que vivia no São Paulo, pode ser um bom zagueiro canhoto, apoiando o lateral/ala Lucas Piton em um sistema com dois ou três na defesa. Patrick de Lucca é volante de marcação e saída de bola para disputar posição.
Luca Orellano, ex-Vélez Sarsfield, que deve ser anunciado em breve, é ponteiro canhoto que parte do lado direito e será útil para municiar Pedro Raul. O clube ainda vai atrás do volante Zanocelo (Santos), do goleiro Ivan (Corinthians) e do atacante colombiano Diego Valoyes, do Talleres, além de outros no radar.
Até aqui, um elenco nível médio, com chances de ser competitivo já no Carioca e para figurar na primeira página da tabela de um duro Brasileiro que vem por aí, também por causa das SAF em outras agremiações. Mas já muda de patamar, obviamente. Com o grupo que penou na Série B para subir provavelmente teria um novo bate-volta na primeira divisão.
O mais talentoso, porém, vai embora em um movimento inevitável: Andrey Santos, joia de 18 anos, vai para o Chelsea e o clube deve embolsar cerca de 12,5 milhões de euros. Para um atleta com experiência apenas na Série B do Brasil, o valor parece de bom tamanho. Mas a baixa na qualidade é considerável.
O grande "craque" do Vasco continuará sendo a torcida. Imensa e apaixonada, lotando São Januário e capaz de demonstrações de amor por todo país. Desde os mais anônimos até o tradicional grito de "Casaca", com presença de Juninho Pernambucano, no badlado casamento do streamer Casimiro Miguel.
Esse carisma ninguém tira e vai ajudar a recuperar uma história gloriosa, combalida por seguidas péssimas gestões. Que os novos dirigentes esqueçam as frases de efeito e trabalhem pela recuperação de um bi sul-americano e tetra brasileiro. Não é pouco.
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