Futebol virou um compromisso chato para Neymar

Dois minutos entre um cartão amarelo por abrir o braço no rosto de um adversário e outro pela simulação de um pênalti.

Neymar expulso e um pensamento automático em quem acompanha a trajetória do craque brasileiro: intencional para passar o Réveillon sem preocupação com o próximo jogo?

Pode soar maldoso, mas é apenas lógico. Ainda mais agora, sem uma grande meta profissional para o craque brasileiro no horizonte. Ganhar outra Champions como coadjuvante de Messi e, agora, Mbappé? Ah, sim! O camisa sete fez, de pênalti, o gol da vitória do Paris Saint-Germain sobre o Strasbourg pela Ligue 1 por 2 a 1, mesmo com um homem a menos.

Neymar voltou menor da Copa do Mundo, mesmo com a imagem menos queimada que em 2018. Mas segue passando a impressão de que o futebol profissional virou um compromisso cada vez mais enfadonho.

É até compreensível. Talento precoce descoberto, virou ainda criança a esperança de mudança de vida da família. A projeção dos sonhos frustrados do pai no esporte. Depois uma empresa milionária. Uma máquina de jogar e de marketing. Também a estrela solitária da seleção, com ônus e bônus. Agora restou a artilharia com a camisa verde e amarela, superando Pelé. Sem título mundial, na cruel visão brasileira, vira apenas um número.

Futebol foi a solução da vida de Neymar e família, mas também uma fonte interminável de problemas. Por isso esse nítido cansaço.

Neymar não gosta de ver futebol. Sonha jogar na liga americana mirando as férias mais longas. Brilho no olhar só nas festas e eventos, com amigos e "parças". Jogar é só uma chatice entre um prazer e outro.

Uma pena. E um enorme desperdício de talento.