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André Rocha

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Ausências no velório de Pelé e na posse de Lula foram um favor ao povo

Velório do Pelé no estádio da Vila Belmiro, na segunda-feira (2) - Luciana Bugni/UOL
Velório do Pelé no estádio da Vila Belmiro, na segunda-feira (2) Imagem: Luciana Bugni/UOL

Colunista do UOL Esporte

04/01/2023 08h37

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Seria importante, de fato, que os últimos campeões mundiais pela seleção brasileira, em 1994 e 2002, estivessem presentes ao velório de Pelé em Santos.

Mais pelo simbolismo da homenagem ao maior jogador de todos os tempos. Ao Rei. Um último tributo a quem abriu caminho para as conquistas que viriam décadas depois.

Mauro Silva, hoje dirigente, foi o único presente. Mérito dele. Os demais inventaram desculpas esfarrapadas para justificar a insensibilidade. A do goleiro Marcos foi a mais grotesca. Nenhuma surpresa.

Afinal, o que esperar de bom de tais figuras? Basta observar suas ações, comportamentos e escolhas, inclusive políticas. Quase todos os gestos de generosidade soam falsos, fachados. Segundo o hoje comentarista Vampeta, os campeões em 2002 torcem contra a seleção para continuar sendo lembrados como últimos vencedores. Bem diferente de Pelé, vibrando com Galvão Bueno em 1994 pelo título nos Estados Unidos.

Pensando bem, fizeram um favor ao não comparecerem. Permitiram o protagonismo de quem sempre amou e amará Pelé: o povo que não faltou na despedida. Ou súditos famosos verdadeiros e emocionados, como o colega Milton Neves. Ou o hoje comentarista e apresentador Neto, que demonstrou todo seu respeito e admiração.

Os demais não fizeram a minima falta.

Como não fizeram o presidente e o vice do país até 31 de dezembro na posse do atual, Lula, no primeiro dia de 2023. Se negaram a passar a faixa e viabilizaram uma das cenas mais belas, simbólicas e emocionantes da redemocratização do Brasil. O povo representado na transmissão de poder.

É o suficiente. E muito mais genuíno. Melhor assim.