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André Rocha

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

City de Guardiola "vira o fio" depois da Copa do Mundo

Técnico Pep Guardiola comanda o Manchester City em partida da Premier League -  Michael Regan/Getty Images
Técnico Pep Guardiola comanda o Manchester City em partida da Premier League Imagem: Michael Regan/Getty Images

Colunista do UOL Esporte

14/01/2023 12h47

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Previsível e lento com a bola, frágil e exposto quando a perde. Esse é o Manchester City de Pep Guardiola desde a volta dos jogadores depois da Copa do Mundo no Qatar.

A derrota de virada por 2 a 1 para o rival United no Old Trafford foi mais uma prova dessa forte oscilação que pode custar o tricampeonato consecutivo.

Desde o primeiro tempo, muitos erros técnicos e poucas infiltrações entre o zagueiro e o lateral do adversário, característica ofensiva dessa equipe nos últimos anos. Talvez a presença de Haaland como uma referência mais fixa, ao invés de um meia formando um trio móvel por dentro enquanto os pontas abrem o campo, pode entregar um ataque estático como efeito colateral da maior eficiência nas finalizações.

Mas o fato é que o time de Guardiola cria pouco e cede muitos espaços na transição defensiva. O United tomava, com Casemiro e Fred anulando Bernardo Silva e De Bruyne e acelerava. Buscando principalmente as diagonais de Rashford a partir da esquerda. Só faltou contundência aos Red Devils para abrir o placar no primeiro tempo.

Pagou na segunda etapa. Quando, enfim, De Bruyne apareceu no espaço pela direita e colocou na cabeça de Grealish, que entrara na vaga de Foden. Gol de alívio, mas que não mudou o panorama da partida. Na prática, o bom reinício na volta do intervalo pareceu mais um espasmo.

É claro que a interpretação da não-participação de Rashford, impedido, no contragolpe que terminou no empate com Bruno Fernandes é muito discutível - este colunista anularia o gol. É inegável, porém, que o trabalho de perde-pressiona rápido do City se perdeu. E só piorou com as trocas de Erik ten Hag, tornando o United mais rápido: Antony e Garnacho nas vagas de Martial e Eriksen.

Três minutos depois do empate, assistência de Garnacho pela esquerda, Rashford, que sentiu lesão muscular no primeiro tempo, marcou na sétima partida consecutiva. Simbólico na recuperação do time vermelho de Manchester na liga. Apenas uma derrota nas últimas 16 partidas. Agora a um ponto do City e seis do líder Arsenal, que faz o clássico londrino com o Tottenham no final da rodada, mas já agradece a folga na liderança.

Porque o time então dominante "virou o fio" em momento importante da temporada. Guardiola costuma reclamar das datas FIFA, por atestar que os jogadores voltam desconcentrados - imagine se trabalhasse no Brasil! Pois o Mundial atípico no final do ano parece ter feito sua equipe estacionar ou recuar muitas casas em desempenho e resultados. Incluindo eliminação na Copa da Liga Inglesa para o Southampton.

Talvez seja o momento de concentrar esforços no título inédito da Liga dos Campeões.