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André Rocha

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Arsenal começa a sobrar no vácuo de poder na Inglaterra

Jogadores do Arsenal celebram gol diante do Tottenham no clássico londrino - ADRIAN DENNIS / AFP
Jogadores do Arsenal celebram gol diante do Tottenham no clássico londrino Imagem: ADRIAN DENNIS / AFP

Colunista do UOL Esporte

15/01/2023 16h04

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Desde o início da temporada, Manchester City e Liverpool dão a impressão de que vivem uma espécie de cansaço mental das disputas dos últimos anos.

Quando os dois não estavam ponto a ponto na caça da liderança, o que estava disparado na frente sabia que não podia baixar a guarda e permitir que fosse alcançado. Pressão constante.

Essa exaustão fica nítida nas declarações dos treinadores. Jürgen Klopp com seu humor um tanto conformado, Guardiola mais irritado. Mas ambos passando a mesma mensagem: "talvez seja uma temporada para só tentar a Champions"

Com isso, cria-se um vácuo de poder, mais ou menos como na temporada 2015/16, em que o Leicester City aproveitou para viver seu conto de fadas.

Agora o "intruso" é um grande que se apequenou e virou, na prática, um médio nos últimos 15 anos.

O Arsenal de Mikel Arteta, ex-auxiliar de Guardiola, abriu as portas para Zinchenko e Gabriel Jesus jogarem mais minutos e ganhou a mentalidade vencedora que faltava em uma equipe com média de idade de 24 anos.

Nos 2 a 0 como visitante sobre o Tottenham, uma atuação marcada pela personalidade e inteligência para resolver os problemas do jogo.

Primeiro amassando o rival na primeira etapa, com Xhaka se juntando a Odegaard na articulação com auxilio de Zinchenko por dentro, deixando o corredor esquerdo para Gabriel Martinelli. Do lado oposto, Saka novamente muito agudo e fazendo a jogada do primeiro gol, contra bizarro de Lloris.

Odegaard, o maestro, fez o segundo em chute de fora da área que ensaiou minutos antes. É o meia elegante, porém intenso. Lembra cada vez mais o Toni Kroos jogando mais avançado no Bayern e no Leverkusen. Capitão e enfim chegando à maturidade, depois do sucesso precoce que o levou ao Real Madrid com16 anos.

Depois o recuo natural com a pressão do time da casa, com seu poderio ofensivo e chances de Son e Kane, que depois ganharam a companhia de Richarlison. Finalizaram 17 vezes contra 14, sete a cinco no alvo. Era recolher as linhas e tentar acelerar com Nketiah, o substituto do lesionado Jesus.

Sofreu, viu o goleiro Ramsdale ser o melhor do segundo tempo, com sete defesas no total. Mas resistiu e poderia até ter marcado o terceiro.

Nem precisou. O Arsenal abre oito pontos na virada do turno e vai receber na próxima rodada o emergente Manchester United. Se vencer e disparar, além de frear a maior ameaça no momento, o título que não vem desde os Invincibles de 2003/04 ficará mais perto.

E Guardiola e Klopp poderão jogar suas toalhas sem culpa.

(Estatísticas: SofaScore)