Topo

André Rocha

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Flamengo investe em experiência, mas não é um time maduro

Gabigol comemora gol do Flamengo sobre o Palmeiras em duelo da Supercopa do Brasil - EDUARDO CARMIM/AGÊNCIA O DIA/AGÊNCIA O DIA/ESTADÃO CONTEÚDO
Gabigol comemora gol do Flamengo sobre o Palmeiras em duelo da Supercopa do Brasil Imagem: EDUARDO CARMIM/AGÊNCIA O DIA/AGÊNCIA O DIA/ESTADÃO CONTEÚDO

Colunista do UOL Esporte

29/01/2023 07h35

Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail

Email inválido

Na entrevista durante o intervalo no Mané Garrincha, Everton Ribeiro já havia falado sobre o Flamengo ter entrado na correria e no jogo bate-volta do Palmeiras no primeiro tempo.

Para complicar, Gabigol provocou na comemoração do primeiro gol, que não fazia justiça à melhor equipe até então, e fez o adversário crescer na disputa e virar ainda na primeira etapa.

O time de Vitor Pereira teve momentos de domínio e boas oportunidades desperdiçadas no Mané Garrincha. Mas em nenhum momento controlou de fato o jogo.

Porque muitas vezes falta maturidade. Até em conquistas, como as de 2022, o Flamengo não passou segurança ao seu torcedor e correu riscos desnecessários até o apito final. O clube investe em experiência que não se vê em campo.

Algumas análises e pretensões dentro do próprio clube não fazem muito sentido. Como a ideia de retomar a intensidade da pressão pós-perda dos tempos de Jorge Jesus.

É preciso entender que já se passaram quatro anos, não há mais a fome de 2019 e, principalmente, que aquele time também cedia contragolpes. Só que havia uma linha de quatro atrás bem coordenada que compensava os buracos deixados na transição defensiva.

O Flamengo precisa explorar o que tem de melhor: técnica e poder de decisão. Ser inteligente de fato. Defender com a bola, tirar velocidade do jogo e ser letal. Usar o entrosamento da base mantida. A saúde de João Gomes faz falta no meio porque a retaguarda não se garante mais.

Necessário também contar com presença de espírito em momentos decisivos. Por que Santos recolheu o braço no chute decisivo de Gabriel Menino? Contava com o impedimento de Mayke no lance? Por que não reclamou, então? Não seria mais simples saltar, espalmar a bola e depois ver o que a arbitragem decidiria?

A Supercopa está longe de ser a competição mais importante da temporada. Em 2021 o Palmeiras perdeu, mas venceu a Libertadores. O mesmo com o Flamengo em 2022. Mas cabe a reflexão para a sequência da temporada, começando pelo Mundial de Clubes. E focando na semifinal, porque nem pode haver Real Madrid pelo caminho.