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André Rocha

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Corinthians de Lázaro quebra tabu no Morumbi jogando "a la Tite"

Adson é abraçado por companheiros após gol marcado pelo Corinthians no clássico diante do São Paulo, válido pelo Campeonato Paulista - Marcello Zambrana/AGIF
Adson é abraçado por companheiros após gol marcado pelo Corinthians no clássico diante do São Paulo, válido pelo Campeonato Paulista Imagem: Marcello Zambrana/AGIF

Colunista do UOL Esporte

30/01/2023 09h25

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Um 4-1-4-1 compacto, com os pontas Adson e Róger Guedes voltando quase como laterais, linha de quatro atrás com jogadores bem próximos fechando as infiltrações por dentro e transições ofensivas pelos flancos, com tabelas e ultrapassagens.

Esse foi o Corinthians de Fernando Lázaro na vitória por 2 a 1 sobre o São Paulo no Morumbi, quebrando tabu de quase sete anos no clássico.

É claro que os setores não tiveram uma perfeita coordenação, nem as ações ofensivas foram tão bem combinadas como em 2015, a melhor versão do Corinthians de Tite. Mas a influência da grande referência de Lázaro como treinador esteve bem clara, especialmente na mudança de sistema, saindo do 4-3-1-2.

O São Paulo tentou dominar pelo meio, com Méndez reforçando o setor ao lado de Pablo Maia e Rodrigo Nestor, este mais adiantado, porém nenhum deles bloqueou Renato Augusto no belo passe em profundidade para Fagner servir Adson no primeiro gol.

Róger Guedes, que reclamava com Vitor Pereira pelo excesso de atribuições defensivas, acompanhou Orejuela sem problemas e ainda teve fôlego para a espetacular arrancada que terminou no passe para Adson ampliar ainda no primeiro tempo.

A equipe de Rogério Ceni esboçou uma reação ainda antes do intervalo, já empurrando as linhas do rival para trás, mas tomou conta mesmo na segunda etapa depois da entrada de Luciano na vaga de Pablo Maia.

Curiosamente, o São Paulo foi mais competitivo no Allianz Parque contra o Palmeiras e no segundo tempo do Majestoso atuando no ofensivo 4-2-3-1/4-2-4 do que com o meio mais encorpado, ao menos em tese. Na maioria das vezes não é uma questão de nomes, mas do contexto do jogo e do desempenho coletivo.

Méritos de Roni e Du Queiroz, os mais jovens no time alvinegro de veteranos. Deram dinamismo ao meio e liberdade para Renato Augusto muitas vezes sair da linha de quatro no meio, pressionar o volante mais fixo do oponente e ficar mais adiantado, variando o sistema para o 4-2-3-1. Algo muito comum também com Tite, aliás.

Luciano diminuiu para 2 a 1, mas já um pouco tarde diante do domínio tricolor. O Corinthians recuou demais, cansou e perdeu rapidez no contragolpe. Cássio fez boas defesas e viu a bomba de Méndez explodir no travessão. Mas o visitante resistiu e Lázaro ganha moral e paz para trabalhar, claramente jogando "a la Tite".

Quase sempre foi um bom norte para os técnicos do clube.