Topo

André Rocha

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Nomes mostram que CBF não sabe o que quer para comandar seleção

José Mourinho durante coletiva de imprensa nesta quinta-feira (24). - STR/AFP
José Mourinho durante coletiva de imprensa nesta quinta-feira (24). Imagem: STR/AFP

Colunista do UOL Esporte

03/02/2023 17h59

Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail

Email inválido

Os estilos de Carlo Ancelotti e José Mourinho talvez se encontrem no gosto pela rapidez com que seus times definem as transições ofensivas, surpreendendo os adversários. Mas as formas de comandar, apesar do português ter ficado mais tranquilo com o tempo, são quase opostas.

Luis Enrique e Jorge Jesus carregam em seus DNA's futebolísticos a escola Barcelona, com Johan Cruyff como ponto de conexão. Mas o modo com que desejam que suas equipes se imponham em campo são bem diferentes. E, como líderes, enquanto Luis Enrique dá abertura até para que o público participe via streaming, o ex-treinador do Flamengo é do tipo "cala a boca e joga!"

A CBF pensa nesses quatro nomes para a sucessão de Tite na seleção brasileira, como o trouxe o agora, de novo, nosso Paulo Vinicius Coelho (bem-vindo de volta!)

Parece improvável que Ancelotti deixe o Real Madrid agora. Mourinho pode até largar a Roma, resta saber se aceita assumir uma seleção e mudar a rotina - recusou a portuguesa há pouco tempo. Jorge Jesus sempre deixa uma janela aberta para Flamengo e CBF. Luis Enrique é o mais acessível, até por estar desempregado depois da Copa do Mundo.

Ancelotti seria o melhor nome, sem dúvida. Mourinho, no momento atual da carreira, o mais duvidoso. Mas não deixa de ser curiosa a informação de que a CBF não aprecia o "jeito explosivo" de Abel Ferreira, mas pensa em contratar o compatriota e mentor ou uma outra bomba-relógio chamada Jorge Jesus.

A impressão final é de que a entidade máxima do nosso futebol, na verdade, não tem a menor ideia do que deseja. Impressiona como no Brasil não há visão de comando, muito menos de linha de trabalho. É tentativa e erro, sempre.