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Arbitragem é a muleta da vez em um Flamengo que não reconhece seus erros
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O segundo cartão amarelo para Gerson foi um exagero, até porque a penalidade máxima já havia sido marcada. O homem a menos condicionou mais a derrota para o Al Hilal por 3 a 2 que sair para o intervalo com desvantagem no placar.
Mas arbitragem rigorosa, não mal-intencionada até que se prove o contrário, é um problema a ser contornado por times vencedores. Como o próprio Flamengo em 2020, superando uma expulsão de Willian Arão no início do jogo e atropelando o Del Valle no Maracanã, pela Copa Sul-Americana.
A questão é que o time de Vitor Pereira não estava preparado para encarar o Mundial de Clubes no Marrocos. Seja pela troca no comando técnico, por falta de contratações para equilibrar o elenco ou pelo longo período de inatividade que, a rigor, pode ser contado desde a conquista da Libertadores, em 29 de outubro, até o dia 2 de janeiro, data da apresentação de Vitor Pereira.
A interrupção no trabalho que rendeu dois títulos relevantes cobrou o preço quando o novo treinador precisou fazer substituições sem o pleno conhecimento do elenco e tempo de trabalho para encontrar soluções emergenciais. Ou quando voltou ao sistema com duas linhas de quatro e cedeu espaços às costas dos volantes Thiago Maia e Gerson para Vietto, a novidade na escalação de Ramon Díaz, circular à vontade.
Aliás, a formação ofensiva do Al Hilal, mas com bom trabalho coletivo, mostrou ao Flamengo que o problema não é a ausência de João Gomes, mas sim o planejamento e a execução. Ainda que Cuéllar, "cão de guarda" bem conhecido dos rubro-negros, tenha sido um dos melhores em campo.
Nas entrevistas depois da eliminação, mais uma de sul-americanos antes da decisão, muitos protestos contra a arbitragem. Pouca ou nenhuma admissão da responsabilidade pelo revés. Vitor Pereira tentando se isentar das escolhas infelizes, Gabigol e David Luiz ocultando os muitos erros, incluindo cartões amarelos bobos. De novo faltou maturidade.
Com impressão de terra arrasada, o Flamengo parte para mais um recomeço. Primeiro para evitar a repetição do vexame do Palmeiras em 2020 com a quarta colocação no torneio da FIFA, depois buscar a Recopa Sul-Americana novamente contra o Del Valle. Mas desta vez sem time ajustado e comando firme dando sequência a um trabalho vencedor.
Porque a direção do Flamengo não aceita ficar à sombra de Jorge Jesus, nem o fato de Dorival Júnior, um treinador que eles não consideram de nível para o clube, apesar das conquistas, ter salvado a pele de Landim, Braz e Spindel gerindo com cuidado e sabedoria o elenco que os dirigentes colocam acima deles mesmos na "hierarquia" do departamento de futebol.
Difícil dar certo com tanta tentativa e erro. O Flamengo tem potencial e orçamento para dominar o futebol do país e do continente, porém está ancorado no amadorismo e na soberba, personagens centrais de mais uma derrota histórica que aparece com mais frequência do que se espera em um time que vem colecionando taças nos últimos quatro anos.
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