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Os três grandes erros de Marcos Braz na "gestão" do futebol do Flamengo
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A entrevista de Marcos Braz, vice-presidente de futebol do Flamengo, indignou muitos rubro-negros, não só Galvão Bueno, que chamou o dirigente de arrogante e disse que ele é quem deveria ter saído do clube.
O narrador chamou Braz de arrogante. Ele até é, em atitudes que muitas vezes são tratadas como "marra de carioca", como o grito de "Real Madrid pode esperar...", criticado até por Zico.
Só que é pior. São três os pecados capitais, ou grandes erros, do responsável pelo maior orçamento entre os clubes sul-americanos.
O primeiro é a vaidade, que é "pai" da arrogância. Marcos Braz, assim como o presidente Rodolfo Landim, demonstram nítido incômodo quando o trabalho bem-sucedido de Jorge Jesus é mencionado.
A impressão é de que eles precisam de um outro treinador português para assumir o futebol, pegar a chave do CT e fazer o time vencer com um jogo de imposição. Tudo isso para que os méritos enfim recaiam sobre eles.
Por enquanto soa como apenas sorte de principiante, no caso da gestão que se iniciou em 2019. Porque depois vieram outras seis tentativas: o catalão Domènec Torrent, os portugueses Paulo Sousa e Vitor Pereira, este o atual treinador, e os brasileiros Rogério Ceni, Renato Gaúcho e Dorival Júnior. Sem contar Abel Braga, o primeiro treinador da "Era Landim".
É aí que entra o outro erro de Braz: a incoerência. Depois de Jesus, só brasileiros foram vencedores no clube. Ceni ganhou Brasileiro e Supercopa, Dorival faturou a Libertadores e a Copa do Brasil. Ambos compondo com um elenco que tem mais ascendência sobre as decisões do departamento de futebol do que deveria,
Os estrangeiros chegam e tentam colocar seus métodos. Braz não dá respaldo, apenas torce para dar tudo certo, como foi com Jesus. Se os resultados não aparecem e o profissional passa a ser questionado internamente e também nas arquibancadas e redes sociais, vem a decisão pela mudança. A comissão técnica vai embora levando a multa rescisória e a responsabilidade pelo insucesso, o vice-presidente fica e escolhe o próximo.
Cômodo, não? Então vem o terceiro problema de Braz: a preguiça.
O "gelo no sangue" e a "tranquilidade" sempre citados em declarações na verdade não passam de um certo imobilismo.
Reparem nas idas ao mercado do Flamengo. O que é tratado como "paciência" na verdade é um tempo desperdiçado que poderia ser voltado a outros alvos, com agilidade para contratar e encorpar o elenco. Algumas longas esperas foram frustrantes, como Oscar e Thiago Mendes.
Sem contar as contratações por indicações de atletas, como Varela, sugerido por Arrascaeta, e Pulgar, compatriota e amigo de Vidal. Também as populistas, iniciadas em redes sociais, como o próprio Vidal, David Luiz e outras. No mais são jogadores em evidência no Brasil ou atuando no exterior que sinalizam interesse em jogar no time de maior torcida do país.
A única grande sacada de mercado desde 2019 foi Pablo Marí. Seguindo o caminho mais correto: scout, pedido do treinador de acordo com as características e contratação sem grande custo ou alarde. Deu mais que certo, não por acaso foi logo embora, mas o clube saiu no lucro.
Agora Braz deve insistir até o limite com Vitor Pereira, para não ter que admitir um novo insucesso e o equívoco na dispensa dos serviços de Dorival Júnior. No fundo, ele precisa de um novo Jesus, só que com nome diferente. Ou talvez seja o Flamengo que precise de um novo vice de futebol?
Na entrevista ao repórter Eric Faria, Braz falou das "entregas" que ele e a diretoria fizeram de taças importantes para a torcida. Mas a impressão é sempre de que o time conquistou apesar deles. Uma "gestão" que é enorme desperdício no clube de maior potencial do continente.
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