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Não falta vontade ao Flamengo, mas o que VP quer realmente não é simples
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Vitor Pereira não barrou Everton Ribeiro. O treinador só fez uma experiência dentro da continuação de pré-temporada que são os estaduais.
Curioso que os mesmos que exigem a manutenção de alguns titulares em todos os jogos são os mesmos que reclamam de queda de produção lá em outubro ou novembro, quando os atletas chegam com quase 60 partidas nas pernas.
O teste não deu certo porque Thiago Maia e Gerson estão mal fisicamente e a ideia de Vidal como volante mais fixo pode até qualificar a saída de bola, porém torna o time ainda mais frágil na transição defensiva.
Por isso o Volta Redonda de Naninho, Pedrinho, Luizinho e Lelê teve tanta facilidade para trabalhar por dentro, às costas de Vidal e de frente para a dupla de zaga rubro-negra. Assim saiu o ataque bem engendrado que Luizinho finalizou na saída de Santos.
Outro desafio do treinador português é fazer o Flamengo chegar ao fundo pelos dois lados do campo. Como o quarteto ofensivo trabalha muito por dentro e antes era Bruno Henrique quem buscava as infiltrações pela esquerda, agora Ayrton Lucas precisa fazer essa compensação, assim como Varela ou Matheuzinho do lado oposto.
Não é fácil equilibrar um time que ataca com quatro por dentro, dois por fora e mais um no apoio. Só para citar um exemplo, o Liverpool de Jürgen Klopp, nos bons tempos, entrava no campo adversário com os laterais Arnold e Robertson por fora, o trio de ataque por dentro (Salah, Firmino ou Jota e Mané), mas tinha três meio-campistas prontos para ajudar os zagueiros. Sem contar a eficiente pressão no campo de ataque, logo após a perda da bola.
Com mais gente na frente, a retomada da bola precisaria ser ainda mais rápida para não pegar os três que ficaram atrás, dois zagueiros e um volante, desprotegidos. Só que esses jogadores tiveram 42 dias de férias, quase 60 de total desmobilização depois da conquista da Libertadores e treinaram pouco, já encarando uma sequência de jogos. O planejamento foi ruim.
Não é simples. Este que escreve não teria demitido Dorival Júnior e muito menos contratado Vitor Pereira, mais por questões extra-campo.. Mas agora o trabalho precisa ter sequência.
Os jogadores demonstraram que querem, pela fibra demonstrada para construir a virada para 3 a 1 no segundo tempo, com Varela improvisado na lateral esquerda, setor em que Everton Cebolinha tentou dar profundidade, e Everton Ribeiro entrando para dar criatividade ao meio com Arrascaeta. Pulgar sofreu um pouco atrás com Fabrício Bruno e David Luiz, mas Gabi e Pedro resolveram na frente com gols e fina sintonia..
O camisa dez compensando um pênalti perdido, o primeiro com defesa do goleiro adversário. Comemorando um dos gols abraçando Vitor Pereira efusivamente. O técnico vai precisar mesmo de apoio, pois a missão é bem mais complexa do que ele imaginava.
Há qualidade no elenco, a questão é combinar bem as características e construir um jogo coletivo que alie beleza e eficiência.
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