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Os desafios do Flamengo na Recopa para evitar outro "feito" do Palmeiras
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A Recopa Sul-Americana é uma competição de início de temporada que não deveria servir de parâmetro relevante para avaliar um treinador em início de trabalho.
Mas considerando o populismo e a falta de convicção, na hora de contratar e de demitir, da direção do Flamengo, Vitor Pereira sabe que, depois dos reveses contra Palmeiras e Al Hilal, vencer o Independiente del Valle comemorando um título no Maracanã é fundamental para ter paz e sequência.
O português já conhece a altitude e não soube lidar muito bem com ela. Ainda que os 3.600 metros de La Paz estejam acima dos 2.800 de Quito, cidade do Estádio Banco Guayaquil onde será disputada a partida de ida, o Corinthians de VP sofreu com os efeitos na derrota por 2 a 0 para o Always Ready na fase de grupos da Libertadores no ano passado.
Portanto, já deve ter consciência de que não pode cobrar uma marcação agressiva, no campo de ataque e com os volantes saindo para pressionar os adversários. Justamente o erro fatal de Domènec Torrent na derrota mais elástica dos rubro-negros no torneio continental: 5 a 0 em 2020, contra o mesmo Del Valle.
O cuidado deve ser maior pela provável formação, com Thiago Maia, Vidal e Everton Ribeiro no meio-campo. Possivelmente tendo o chileno mais recuado para qualificar a saída de bola. Na altitude, a tendência é a transição defensiva ficar ainda mais prejudicada.
Cabe ao Flamengo ter inteligência e maturidade. Saída sustentada, com jogadores próximos e prontos para correr para trás agrupados. Valorizando a posse para se defender e "descansar" com bola, circulando com paciência e esperando o melhor momento para acelerar a troca de passes com Arrascaeta, Gabigol e Pedro.
O Del Valle tem um trabalho de dez anos, que ganha sequência agora com o argentino Martin Anselmi, 37 anos e ex-assistente de Miguel Ángel Ramírez. Venceu o São Paulo com autoridade na final da Sul-Americana, mas fez apenas uma partida oficial em 2023, vencendo o Aucas por 3 a 0 e conquistando a Supercopa do Equador.
Além do ritmo de jogo, o time perdeu um de seus destaques no setor ofensivo: Marco Angulo, 20 anos, que foi jogar na MLS (Cinccinati FC). Sem contar o zagueiro Segovia, que foi para o Botafogo, e o ala Chávez, contratado pelo Bahia. Mas a estrutura se mantém, com o veterano Cristian Pellerano, 41 anos, à frente do trio de defensores; Faravelli e Sornoza na criação e Lautaro Díaz na frente. É time perigoso, que sabe que precisa abrir vantagem em casa.
O Flamengo joga de novo para evitar repetir outro "feito" do Palmeiras de Abel Ferreira, assim como fez no Mundial escapando do quarto lugar: ser o campeão da Libertadores que perde a Recopa.
Em 2021 foi derrotado em casa, no tempo normal e nos pênaltis, pelo Defensa y Justicia. Depois de vencer na Argentina. Eram tempos de pandemia e estádios sem torcida, a temporada foi atípica, praticamente sem férias. Mas desde 2010, só LDU e River Plate haviam vencido a Recopa como campeões da Sul-Americana. Eram cinco títulos seguidos do vencedor da Libertadores. O Alviverde se redimiu no ano seguinte, impondo um 4 a 2 com autoridade sobre o Athletico.
Se voltar "vivo" de Quito, como fez em 2020 nos 2 a 2 pela mesma competição, as chances do Flamengo aumentam. Assim como a paz de Vitor Pereira no Ninho do Urubu.
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