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Fogaça: Quem mandou bem no Grêmio em 2019

Everton comemora após marcar pelo Grêmio contra o Palmeiras - Lucas Uebel/Grêmio FBPA
Everton comemora após marcar pelo Grêmio contra o Palmeiras Imagem: Lucas Uebel/Grêmio FBPA
Gustavo Fogaça

05/12/2019 09h58

Ainda faltam duas partidas no Campeonato Brasileiro para o Grêmio, contra Cruzeiro e Goiás, mas já podemos fazer um balanço daquilo que funcionou e daquilo que não deu tão certo individualmente no time. Para isso, vamos utilizar algumas estatísticas de desempenho na temporada, excluindo jogos do estadual.

Primeiro, é bom ver quem jogou mais minutos. E ninguém vestiu mais a camisa do Grêmio do que Éverton neste ano. O Cebolinha jogou 2.889 minutos. Geromel foi o segundo, com 2.506 minutos jogados, seguido por Matheus Henrique (2.300), Alisson (2.283), Cortez (2.244) e Diego Tardelli (2.041).

Aqui já aparece uma primeira surpresa: Tardelli foi o SEXTO jogador que mais jogou pelo Grêmio no ano. Havia uma sensação de que ele não teve muitas chances, mas isso não condiz com a realidade.

O atacante que veio da China estreou no dia 9 de março e figura entre os líderes das estatísticas: é o quinto em chances criadas (13) e finalizações (37), o terceiro em passes chave (45) e o terceiro artilheiro do time, com cinco gols marcados.

São números positivos. O problema de Tardelli vem quando vemos o aproveitamento das suas chances. Usando a métrica dos gols esperados (expected goals - xG), Tardelli teve 7xG. Em outras palavras, marcou MENOS dois gols do que esperado. O segundo pior aproveitamento do time, atrás apenas de André.

Com isso em mãos, começamos a entender a ojeriza que a torcida do Grêmio teve com André durante a temporada. O centroavante jogou 1.400 minutos e não aparece entre os cinco primeiros em quase nenhuma estatística. A exceção é nos gols esperados: foi o TERCEIRO jogador com melhores chances de gol, com 5.7xG. Sendo que ele só marcou três nesse recorte. Sua diferença entre gols marcados e esperados é de -2.7.

Além de não aproveitar suas chances de gol, André teve o pior desempenho no grupo no quesito.

Por outro lado, há uma belíssima esperança nos jovens da base gremista. Pepê foi o quarto que mais criou chances (14) e finalizou a gol (42). É o vice artilheiro do time com sete gols marcados e o quinto que teve melhores chances, com 4.1xG. A diferença entre gols marcados e esperados é de 2.9, a SEGUNDA melhor da equipe. Nada mal para alguém de apenas 22 anos.

Outro jovem que se destacou foi Matheus Henrique, o terceiro que mais jogou e o terceiro melhor passador do time (média de 91% de acerto). Jean Pyerre, que perdeu o fim da temporada por lesão, também teve números interessantes: 13 chances criadas (quinto no time), 32 finalizações (sexto) e quatro gols marcados (quarto).

Mas sem dúvidas o grande destaque do Grêmio na temporada foi Éverton. Além de brilhar pela seleção brasileira e ser o melhor jogador da Copa América, o Cebolinha lidera as principais estatísticas. É o garçom do time, com seis assistências e 33 chances criadas. Ninguém trabalhou mais para o coletivo do que ele.

E para si, foi muito eficiente: teve as melhores chances à sua disposição com 9xG e marcou 12 gols. Ou seja, marcou três gols A MAIS do que o esperado. O melhor desempenho de todo o grupo. Se não bastasse ser o artilheiro do time, foi também quem mais finalizou a gol: 93 vezes.

Com Libertadores garantida em 2020, Grêmio deve dispensar alguns atletas e contratar outros. As estatísticas, baseadas na plataforma InStat, podem ajudar a fazer uma leitura de desempenho, mas não são o único recurso para um scout vencedor. Pelo menos, servem para desmistificar certos conceitos e criar novas perspectivas.

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