Topo

Coluna

Campo Livre


Campo Livre

Ontem, hoje, sempre gigante. Cruzeiro Centenário

Gustavo Aleixo/Cruzeiro
Imagem: Gustavo Aleixo/Cruzeiro

Sérgio Santos Rodrigues

Presidente do Cruzeiro

02/01/2021 04h00

Hoje é uma data mais que especial; torna-se centenária uma instituição que afeta a vida de quase dez milhões de pessoas que, entre sorrisos e choros, admiram as cinco estrelas na camisa azul celeste. Fundado por trabalhadores imigrantes italianos em 1921, o hoje Cruzeiro Esporte Clube faz 100 anos.

Nessa trajetória, o time chocou o mundo ao derrotar o Santos de Pelé e companhia em 1966 - com direito a goleada - e ganhar o continente sul-americano em 1976, tendo sido responsável, portanto, por levar as Minas Gerais ao cenário desportivo nacional e mundial, onde até hoje goza de imenso respeito por clubes e jogadores.

Se fosse falar sobre outras conquistas e ídolos precisaria de muito mais que palavras. Só para contar dos quatorze maiores títulos fiz um livro com mais de 150 páginas, chamado "Nossa Sala de Troféus". Grandes jogadores e suas histórias eu também não me atreveria a mencionar, posto que também precisariam de muito espaço.

Nossa história vitoriosa fala por si. Reconhecido oficialmente como o melhor clube brasileiro do século XX e no século XXI já tem títulos suficientes para o colocar no páreo da disputa deste reconhecimento novamente. Portanto, como contra fatos não há argumentos, desnecessário debater mais o indiscutível.

Além da data especial, o que me motivou a escrever essas palavras foi exatamente a constatação do que foi afirmado acima: mesmo diante disso tudo, há uma insistência em jogar por terra abaixo uma história de glórias por um momento ruim, com o que não podemos concordar. Até porque sempre advoguei a tese de que grandes pessoas e instituições não devem ser medidas por seus fracassos, mas sim por suas vitórias conquistas.

Se perguntar a qualquer cidadão comum quem foi Abraham Lincoln creio que 99,9% das pessoas responderiam que é um grande ex-Presidente dos Estados Unidos, admirado mundialmente; poucos diriam que é um político que mais perdeu do que ganhou eleições, que foi derrotado por diversas vezes em sua vida.

Aliás, os números mostram isso: como um time Brasileiro disputa em média três a quatro títulos por ano, certo é que todos os clubes mais perdem que ganham, razão pela qual, nossa métrica sempre será o triunfo e não o insucesso.

Sendo assim, neste momento transitório de construção de um novo paradigma do futebol no Brasil e no mundo, a certeza que damos à imensa nação azul celeste é que está sendo feito um trabalho sólido de implantação de uma nova cultura de gestão que, certamente, nos conduzirá ao caminho de conquistas, mas, desta vez, com estabilidade e consistência.

Gastar sem ter; comprar sem poder; prometer e não cumprir: tudo isso nos trouxe até aqui e isso não só precisa, como está sendo mudado. Entretanto, como quase em tudo na vida, nada será de um dia para o outro. Não existe fórmula mágica; nenhuma empresa ou instituição consegue sucesso em cinco meses, em todas suas áreas. Por isso a palavra construção é muito oportuna para nós: precisamos fazer uma nova obra e toda obra começa da fundação, do chão, da base e não do teto ou da cobertura. E isso requer tempo, calma, planejamento e dedicação. Isso não nos faltará.

Estamos trabalhando para fortalecer a Organização e não só o time; precisamos ganhar e estabilizar fora das quatro linhas para que a vitória dentro delas seja consequência de uma estrutura, de uma fundação sólida e estável, que não se abalará com derrotas esportivas que, certamente, como explicado acima, ocorrerão (muitas vezes ainda).

Portanto, a mensagem que queremos deixar, é de esperança. Se chegamos aos 100 anos com tantas glórias, nos 200 teremos muitas mais. Agradecemos a todos que fizeram parte desta linda história e conclamamos os apaixonados a celebrarem esta importante data e, mais que isso, serem obreiros na construção dos próximos passos. O Cruzeiro é gigante. Ontem, hoje, sempre.

Campo Livre