Por que Palmeiras está tranquilo por Gustavo Gómez? Caso lembra o de Rony
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Como noticiado ontem (18) no blog, o Palmeiras chegou ao limite na negociação com Gustavo Gómez. O time entende que já ofereceu até mais do que devia de salário para continuar com o zagueiro, o que significa mais do que o previsto em contrato, e agora aguarda o paraguaio aceitar ou não o que está na mesa. Porém, se o defensor não assinou um novo vínculo, por que o clube está tão tranquilo em relação ao risco de perdê-lo?
Primeiro, é preciso entender como foi feita a negociação entre Milan e Palmeiras. Para respeitar regras do fair play financeiro, o Alviverde tirou o zagueiro da Itália com empréstimos sucessivos, com pagamento parcelado, terminando em uma compra dos direitos de maneira definitiva. Paralelamente a isso, o jogador assinou contrato de trabalho com a equipe paulista até junho de 2024, para dar segurança jurídica a todos os envolvidos.
Ou seja: legalmente, ele tem vínculo com o Palmeiras por mais quatro anos. Então, por que ele não pode ser inscrito no Campeonato Paulista? Como o contrato dele foi feito primeiro por empréstimo seguido de compra definitiva, o Alviverde fez um documento "acessório" para registrar o jogador na CBF e na FPF. O primeiro foi feito por empréstimo de um ano. Depois, mais um ano no mesmo molde e, então, o time registraria o defensor de maneira definitiva. Mas, para isso, Gustavo precisaria assinar, o que ele se recusa a fazer sem o aumento.
E é aí que entra a comparação com o caso Rony. O atacante foi suspenso por quatro meses porque também tinha um contrato com uma equipe do Japão neste formato, com empréstimo seguido de compra. Ele optou por não cumprir o acordo e acertou com o Athletico Paranaense, onde ficou até se transferir para o Palmeiras.
Após a saída de Rony, o Albirex procurou a Fifa e, nos últimos dias, obteve a vitória parcial. O atacante foi suspenso por quatro meses, e o Athletico foi condenado a pagar multa de quase R$ 6 milhões, além de não poder registrar novos jogadores por duas janelas de transferência.
É baseado neste caso que o Palmeiras se apoia para ficar tranquilo, especialmente porque a Fifa tem repetido a mesma conduta em casos semelhantes. O Alviverde ainda entende que não pode arcar com o salário pedido por Gustavo Gómez, que o colocaria entre os jogadores mais bem pagos do Brasil. Em outras palavras, daria a ele um salário de nível de time top da Europa.
Será que algum clube do mundo estaria disposto a pagar um salário neste nível para um zagueiro, correr o risco de tomar uma multa milionária no futuro e ainda ficar janelas sem poder contratar? Sob este prisma, Gustavo poderia até ser suspenso e não poder defender seu próximo time, mas, ao menos a princípio, isso não parece preocupar o próprio atleta, muito menos os advogados e empresários que o representam neste caso.
Para que Gustavo saia sem todo esse imbróglio jurídico, o Palmeiras poderia negociá-lo como faria com qualquer outro jogador. A questão é que, por enquanto, tudo o que há é a promessa feita por seus empresários de uma proposta oficial pela sua contratação. Há dias o clube aguarda um documento com as condições do negócio, e ele nunca chega, o que levanta a suspeita de jogo de cena para pressionar a diretoria palmeirense.
Em meio a esse impasse, o zagueiro está praticamente fora da primeira fase do Paulista, que tem a janela de inscrição aberta até amanhã (20). Ele já não atuaria contra o Corinthians, na próxima quarta-feira, porque foi diagnosticado com Covid-19, mas teria chances de jogar contra o Água Santa. A opção viável neste caso seria torcer para um acerto a tempo de o defensor ser inscrito no mata-mata caso o Alviverde confirme a sua classificação.
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