Dudu chora por filhos e admite que acusação de ex-mulher pesou em saída
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Dudu falou pela primeira vez após acertar a sua saída do Palmeiras. Em entrevista exclusiva ao blog, o ídolo do Alviverde admitiu que as acusações feitas pela sua ex-mulher Mallu Ohana pesaram na decisão de aceitar a proposta do Al-Duhail, do Qatar.
Reforçando a sua inocência no caso, o atacante ainda recusou uma suposta "fuga" do país e disse que está sempre à disposição das autoridades para prestar esclarecimentos. Ao comentar a distância dos filhos, o ídolo palmeirense não se conteve e chorou bastante.
Por fim, Dudu reforçou que, se voltar ao Brasil, pretende apenas defender o Alviverde e lembrou dos melhores momentos com a camisa palmeirense.
Danilo Lavieri: Há algumas semanas, você deu uma entrevista na ESPN falando que gostaria de fazer história no Palmeiras. E agora você já está me dando essa entrevista no Qatar. O que mudou?
Dudu: Aconteceram algumas coisas chatas aí, né? É a hora de eu ir, respirar novos ares, foi tudo muito rápido. Essa decisão de vir, essa proposta que eu recebi e quis aceitar. Sou grato a tudo, a Deus, a tudo o que eu vivi nesses cinco anos e meio no Palmeiras. Agradecer a Deus, agradecer ao Paulo Nobre, Mattos, que acreditaram em mim e em outros anos que o Maurício também me segurou com outras propostas e por tudo o que ele também compreendeu na minha saída. Eu agora estou saindo com a cabeça tranquila, com o coração tranquilo, que eu fiz o meu melhor. Eu sempre tentei ser correto com o clube, respeitar a camisa do clube. Por isso eu saio em paz, tranquilo. A gente poderia ter dado algo a mais, algo a mais. Mas Deus não permitiu e nessa trajetória no Qatar eu espero que seja uma passagem boa, de vitória, de conquista. Que eu possa também fazer amizades.
Você falou em "coisas ruins". Quanto as acusações que você sofre da sua ex-mulher pesam na sua decisão de sair?
Dudu: A gente sabe que querendo ou não deu uma arranhada na minha imagem, mesmo eu sabendo da verdade. Estou tranquilo, sendo bem sincero que eu não fiz nada, que eu não cometi nada disso que me acusaram. Tanto que tem muitas provas e a polícia sabe muito bem disso, tem imagens. E infelizmente isso deu uma manchada na minha imagem. Muitas mentiras e inverdades sobre o meu respeito. Estou bem tranquilo, em paz. Isso foi muito... Bom, é uma parte considerável para eu ter vindo para o Qatar. Mas também é um objetivo que eu tenho aqui, respirar novos ares. São cinco anos e meio e mais de 300 jogos no Palmeiras. Eu tenho certeza que se eu fico, a torcida ia me fazer eu esquecer. Como seu sempre fiz, esqueci outros problemas quando entrava dentro de campo. Como eu falei, na minha despedida: é um até breve. E queria agradecer o apoio da diretoria do Palmeiras, porque me falaram: se você está falando que não fez, se tem câmeras, se tem testemunhas... Então eles acreditaram, eles me deram confiança.
Você acha que sua saída pode parecer que você está "fugindo"? Você conversou com advogados para poder sair do país sem problemas?
Dudu: Eu sempre fui até a delegacia sem eles terem me chamado, por eu saber da inocência, por saber que as pessoas viram, as câmeras provam, então sempre fui à delegacia sem nem ter intimação. Eu fui da minha vontade própria. Quando cheguei lá e eles até perguntaram o que eu estava fazendo. Fui lá para dar depoimento, para responder uma acusação e expliquei toda a história. E depois já tinha tornado tudo público, mas eu sempre fui lá, sempre me dispus a responder todas as perguntas da polícia. Estou hoje e sempre vou estar. Não vou pessoalmente agora, mas pode ser por vídeo, pelo meu advogado, pelas pessoas que estão tomando conta desse assunto. Mas sempre vou estar disposto. Eu não fiz nada dessas acusações e espero que a Justiça possa resolver isso para mais uma vez eu ter a cabeça só no futebol.
E como vai ser viver sem seus filhos?
Dudu: (Começa a chorar). Vai ser difícil, está sendo, desde quando eu separei, né? Está sendo difícil pelos meus filhos. Mas infelizmente é assim a vida. Como todo mundo fala para mim, eu vou ser pai para o resto da vida, eles vão ser meus filhos e tenho que sempre demonstrar isso para eles, vai ser difícil. (Continua chorando). Infelizmente a vida é assim, é de ciclo. E tive um momento com a mãe deles, foi um ciclo, encerrou, mas eles vão continuar na minha vida e no meu coração para sempre. Quero continuar dando orgulho, respeitar eles, como eles vão continuar me respeitando. E eles vão vir passear, eles já estão maiores, vai poder ver o pai, sempre que tiver uma folga eu já vou para o país, isso é muito importante. Espero que eu sempre fale com eles, estou falando com eles todos os dias. E eu expliquei para eles... (continua chorando). O pequenininho até chorou, mas espero que eles continuem em São Paulo, fazendo o futebol no Palmeiras, como eu falei para o presidente Maurício e ele me falou: 'aqui no Palmeiras é a casa deles e a gente vai cuidar deles aqui para você'. Espero que eles possam olhar e ajudar a cuidar. Espero que eles também possam ver na rua e continuar o mesmo carinho.
O que você espera do nível do futebol do Qatar?
Dudu: Não tem como ser um futebol tão técnico quanto o do Brasil, mas eu sei que é bem competitivo, talvez seja ainda mais. Mas isso quem vai dar a competitividade é o jogador. Estou disposto a ajudar os companheiros.
E as primeiras impressões no país, no aeroporto, no hotel?
Dudu: Bem tranquila a vida por enquanto. As pessoas são tranquilas, tem que vir aqui e respeitar a cultura deles. Estou no país deles, que é pequeno, que tem toda a estrutura e respaldo possível para viver bem aqui. Vou respeitar todos do clube, todos do país. Só quero ter a cabeça tranquila, me adaptar ao treinador, que veio no hotel e conversou comigo. Ele gosta de vencer, novo, ele gosta de o time dele jogar. O time é bom, tem muitos jogadores da seleção do Qatar, eu espero chegar e representar.
É o país da Copa, né?
Dudu: Está bonito e vai ficar ainda mais bonito, eles querem fazer uma Copa do Mundo que todo mundo está muito empolgado, onde você vai e eles já falam da Copa. Eles estão empenhados em fazer uma das melhores copas que já teve. Empenho, trabalho, os estádios, são 12 estádios e já tem oito prontos.
Qual jogo você lembra mais com a camisa do Palmeiras?
Vários, a final contra o Santos (Copa do Brasil de 2015), depois de tudo o que passamos, depois de tudo o que falhei, todos aqueles acontecimentos... Contra o Botafogo, em 2016, que fazia tempo que não conquistava o título do Brasileirão e foi muito importante. E outros gols, contra Corinthians, São Paulo e Santos.
Dá para falar que você não jogaria em outro clube?
Dudu: Difícil, né? Não tem jeito, pelo carinho que eu tenho do Palmeiras, do torcedor, de todos que trabalham, eu espero que quando eu voltar eu encontre essas pessoas, que a gente sabe que muda, muda funcionário, espero que a gente possa ter as pessoas trabalhando e espero que quando eu for voltar o Palmeiras possa também dar oportunidade para continuar a história. Mas por tudo o que eu fiz e o que eu fui correto e saio de cabeça na paz e coração tranquilo. Saí pela porta da frente.
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