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Danilo Lavieri

Por que São Paulo, Grêmio, Flu e Botafogo são contra a MP do mandante?

Rodolfo Landim, presidente do Flamengo, em encontro com Bolsonaro em foto de maio - Reprodução/Instagram
Rodolfo Landim, presidente do Flamengo, em encontro com Bolsonaro em foto de maio Imagem: Reprodução/Instagram

Colunista do UOL

23/07/2020 12h29

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Entre os principais clubes do Brasil, apenas São Paulo, Grêmio, Botafogo e Fluminense não se manifestaram a favor da MP 984, que tem sido chamada popularmente de MP do Mandante. Eles foram exceções e não assinaram o documento que diz defender a democratização das transmissões do futebol e recebe o apoio de Athletico-PR, Atlético-GO, Atlético-MG, Bahia, Ceará, Corinthians, Coritiba, Flamengo, Fortaleza, Goiás, Internacional, Palmeiras, Red Bull Bragantino, Santos, Sport e Vasco. Afinal, por que essa posição?

Publicamente, os quatro adotam posições semelhantes. Em comum, eles discutem a maneira como a MP foi lançada. Sem nenhuma participação dos clubes, com exceção do Flamengo, e sem conversa com as emissoras e outras empresas que são potenciais compradoras do direito. Tudo isso em meio à pandemia que mudou o eixo de rotação em todas as atividades do país e atinge todos os clubes sem exceção.

Outro ponto levantado por eles é que a MP pode favorecer uma minoria e aumentar a diferença de arrecadação entre os grandes e pequenos. Há um questionamento latente entre eles e que invade até mesmo os clubes que estão a favor da mudança: será que os times brasileiros estão preparados para uma negociação coletiva que poderia diminuir esse impacto? O exemplo flamenguista já mostrou que não.

Em um comunicado, o Grêmio afirmou que "o que mais temos que ter é cautela, informação e a busca por conceitos de regulação, estruturação do futebol, distribuição mais igualitária do financiamento do futebol, com o objetivo de nivelar a competitividade".

O Fluminense seguiu linha parecida. "Nem mesmo as empresas de mídia têm ainda clareza sobre o ambiente de negócios que se projeta, o papel de cada player e os riscos envolvidos. Menos informados ainda estão as administrações dos clubes, com algumas poucas exceções", afirmou o Tricolor das Laranjeiras em comunicado.

Em entrevista ao Lance!, o presidente do Botafogo, Nelson Mufarrej, afirmou que criou um grupo no clube para debater os impactos da MP e também desconfia dos benefícios da mudança no aspecto coletivo.

Grupo pró-MP aponta outras motivações

Para o grupo que é a favor da MP, no entanto, os quatro têm ainda mais motivações para não entrarem no movimento, de acordo ouviu o blog. Para eles, Fluminense e Botafogo, por exemplo, não entram no acordo para não precisarem militar ao lado do Flamengo. Os dois se posicionaram recentemente contra o rubro-negro em todos os assuntos, seja ele a volta do futebol e do Carioca ou a mudança nos direitos de transmissão.

Já o Grêmio, ainda de acordo com as pessoas que defendem a MP, não entrou no movimento porque conseguiu algumas garantias que nenhum clube conseguiu ao assinar com a Globo. Ao blog, o presidente gremista, Romildo Bolzan, negou. "Nada é tão simples assim. Nosso posicionamento está na manifestação oficial", resumiu.

Por fim, o grupo a favor da MP ainda aponta que o São Paulo também não pretende romper com a Globo, que é radicalmente contra a MP. Ainda não houve uma manifestação pública do Tricolor do Morumbi sobre o assunto.