Folha do Atlético-MG dispara com efeito Mattos/Sampaoli e chega ao top 5
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A folha salarial do Atlético-MG, levando em conta apenas a parte dos registros em carteira, cresceu 50% em menos de um ano e chegou ao valor de R$ 6,1 milhão por mês. O valor é a soma total de salários do time de Belo Horizonte em contratos enviados à CBF e foi obtido em parceria deste blog com o com o BR Contracts.
O total coloca o Galo na 5ª colocação de ranking de folha salarial CLT, atrás de Corinthians, Flamengo, Palmeiras e Internacional. Vale lembrar que, se estiverem dentro da lei, os times precisam registrar no mínimo 60% de toda a folha em carteira. Ou seja, o valor ainda pode subir 40% em direitos de imagem, luvas e metas dependendo do acordo feito com cada jogador.
Para se ter uma ideia, em outubro de 2019, a folha salarial do Atlético-MG registrada na CBF era de R$ 4,1 milhões. Em março deste ano, o registro já tinha subido R$ 1 milhão. Agora, após a chegada de Jorge Sampaoli, Alexandre Mattos e os reforços contratados por eles, o levantamento de agosto de 2020 chega aos R$ 6,1 milhões.
Os gastos do Atlético-MG são ainda maiores considerando as rescisões feitas recentemente pela atual gestão e que resultaram em pagamento de multas não incluídas neste levantamento. A demissão de Dudamel, por exemplo, custou mais de R$ 2 milhões e foi dividida em seis parcelas. Ainda há a briga judicial de Maicon Bolt que pode custar R$ 20 milhões e está longe de ser encerrada.
Recentemente, o Atlético-MG fez algumas dispensas que resultaram na economia mensal em carteira de R$ 838 mil. Esse era o total de gastos do time com o salário registrado em carteira de Patric, Alex Silva, Lucas Cândido, Maicon Bolt, Clayton, Franco Di Santo, Hulk, Dodô, Elder e Edinho.
Em contrapartida, com as contratações de Otero, Nathan, Léo Sena, Marrony, Keno, Junior Alonso, Alan Franco, Bueno e Mariano, a folha teve um acréscimo na parte CLT de R$ 1,75 milhão por mês. Sem nem contar nos quase R$ 80 milhões investidos pelas contratações. Para esse valor, o time disse ter investidores e não revela quando e nem como precisará devolver o total.
As explicações são dadas apenas pelos empresários e sem nenhum documento oficial. Há uma aposta alta que a nova arena que está sendo construída dará retorno financeiro.
Vale destacar que, recentemente, um estudo feito pelo Itaú analisou as finanças do Atlético-MG e destacou bastante o risco que o clube corre. O time de Belo Horizonte perdeu receitas em 2019 se comparado a 2018 e registrou a maior dívida do país, de R$ 746 milhões.
Ainda de acordo com o estudo, o Atlético-MG levaria mais de 11 anos para pagar as suas dívidas caso usassem 20% de suas receitas. O estudo aponta a atual gestão como um problema e destaca o Galo ao lado de outras equipes como Inter, Santos, São Paulo e Corinthians: "são clubes que cavam um pouco mais a vala que se forma no círculo vicioso dos gastos excessivos, das dívidas que se acumulam e não são pagas".
O blog entrou em contato com o Atlético-MG antes de publicar essa reportagem. O presidente Sérgio Sette Câmara não quis comentar o assunto. A assessoria de imprensa reforçou que não comenta assuntos financeiros.
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