Sport é único da Série A que esconde gastos em borderô; CBF se isenta
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O Sport é o único time da Série A que não divulga o boletim financeiro de forma correta. O time de Pernambuco envia à CBF um documento sem a descrição dos gastos para a realização de uma partida e limita-se a colocar um custo que varia entre R$ 5,40 e R$ 8,40 sob o título de "seguro torcedor".
Os outros 19 times da elite do futebol nacional preenchem de forma completa o documento e colocam as despesas com taxa de arbitragem, ambulâncias, segurança, despesa operacional e outros gastos como imposto.
Flamengo e Fluminense, por exemplo, gastam quase R$ 200 mil por jogo e lideram o ranking de prejuízo por conta dos jogos sem torcida. Enquanto os dois times têm gastos acumulados na casa do R$ 1 milhão, de acordo com o divulgado pelo Sport, sua despesa não passa dos R$ 100.
Todos os times mandantes são responsáveis por arcar com os custos da partida, inclusive o pagamento da arbitragem. Apesar de omitir no boletim financeiro, a equipe de Pernambuco também é responsável por esse custo.
Súmula relata pagamentos atrasados e em cheque
Na súmula do primeiro jogo do Sport no Brasileirão, contra o Ceará, a árbitra Edina Alves Batista relatou que atraso em parte do pagamento.
"Informo que mesmo constando no recibo de prestação de serviço em relação a partida, o ressarcimento das passagens aéreas da equipe do VAR não foram pagas (sic). O sr. Murilo falcão diretor de competições nos informou que o clube irá efetuar o depósito das mesmas posteriormente, pois segundo os diretores do clube não havia recebido a informação do pagamento das passagens", escreveu Edina no documento.
A súmula do jogo contra o Santos, na 4ª rodada, o árbitro José Mendonça da Silva Júnior relatou que o pagamento das despesas foi feito em cheque em nome do vice-presidente do Sport, Coronel Genivaldo.
"Informo que os pagamentos das taxas de arbitragem foram realizados através de cheques em nome de Genivaldo Cerqueira de Albuquerque".
Isso se repetiu na rodada seguinte, contra o São Paulo, quando o árbitro Rodrigo Dalonso Ferreira também disse que o pagamento foi feito com cheques no nome de Genivaldo.
Medida vai contra transparência
A medida do Sport é interpretada por alguns especialistas ouvidos pelo blog como contrária ao que prega o Estatuto do Torcedor em alguns artigos como o 5º: "São asseguradas ao torcedor a publicidade e transparência na organização das competições administradas pelas entidades de administração do desporto, bem como pelas ligas de que trata o art. 20 da Lei nº 9.615, de 24 de março de 1998", afirma o documento, para depois especificar: "IV - os borderôs completos das partidas".
O que dizem os envolvidos
O blog questionou todos os envolvidos na situação. Por meio do seu vice-presidente financeiro, Coronel Genivaldo, o time afirmou que tanto a CBF quanto a FPF (Federação Pernambucana de Futebol) tinham ciência da situação e que o preenchimento dos documentos seria normalizado a partir do jogo contra o Goiás, no último dia 6. Isso não aconteceu. Após a partida, houve nova tentativa de contato com Genivaldo, mas sem sucesso.
A FPF disse que não comentaria o assunto, apesar de ser ela a responsável por enviar o documento para a CBF. Em boletins financeiros de outras equipes do Estado, a entidade divulga os gastos normalmente.
A CBF, por sua vez, se isentou em nota. "A CBF cuida de garantir que o clube coloque o boletim financeiro no sistema em até 48 horas após o jogo, mas a responsabilidade pela informação é do próprio clube, que também submete os dados à conferência por parte da federação de seu Estado", afirmou.
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