Até agora é difícil entender como Palmeiras achou que Luxa era o ideal
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Vanderlei Luxemburgo é um dos maiores treinadores do futebol brasileiro. É, para alguns, o maior técnico da história do Palmeiras. Mas não era o que o time precisava quando ele foi contratado. Não era nem mesmo o que a diretoria disse que queria quando optou por demitir Mano Menezes no fim do ano passado.
Naquela ocasião, o que Maurício Galiotte afirmou em sua coletiva de imprensa era que o clube ia acompanhar a mudança de rumos do futebol brasileiro, que o novo treinador ia trazer a modernidade que o torcedor não via nos últimos trabalhos, mesmo que com alguns bons resultados.
Ali, o Palmeiras reforçou que gostaria de competir de igual para igual com o Flamengo e que para isso precisava de um técnico com novos conceitos. O escolhido da vez foi Jorge Sampaoli. Todos nós já conhecemos a novela, o argentino acertou e depois pediu mais do que o combinado, irritou a diretoria e o negócio não saiu.
Imediatamente depois da negativa do argentino, o presidente do Palmeiras então optou por Vanderlei Luxemburgo. A escolha surpreendeu a todos: afinal, o que o comandante mostrou de modernidade nos últimos anos para ser o escolhido para cumprir a missão dada pelo próprio presidente na coletiva de imprensa? Claro que o passado do técnico era esse. Mas e o presente?
Galiotte foi muito questionado, externamente e internamente. Antes de tomar a decisão final, se justificou aos seus críticos dizendo que a escolha agradaria conselheiros. E aqui é importante destacar: o cartola teve apoio, mas não conseguiu consenso nem mesmo entre os membros do Comitê Gestor. A criação desse grupo especial, aliás, teve como uma das primeiras crises justamente a escolha de Luxemburgo.
Trabalho não engrenava, mas tinha resultados
O trabalho foi se desenvolvendo, o Palmeiras não conseguia evoluir dentro de campo, teve pouquíssimas boas apresentações, mas, como seria na maioria dos times do futebol brasileiro, o resultado era o mais importante. Diversos argumentos frágeis eram dados por quem apoiava a escolha.
O time conseguia vitórias suadas, não conseguia desempenhar contra os seus principais rivais, mas foi campeão do Paulista. É inegável que a conquista tem peso importante para o Alviverde, especialmente por ter sido contra o Corinthians, em uma final que evitou o tetra do arquirrival. Mas o nível do campeonato foi péssimo.
A pandemia também serviu como escudo. Não seria justo dizer que a covid não atrapalhou os times, mas a questão é que esse é um problema em comum para todos, não só para o Palmeiras. A falta de treinos, a falta de ritmo, os desfalques pela doença...
A diretoria alegava que o elenco passava por uma reformulação, que a diretriz de contratação era outra, que alguns atletas importantes saíram, que a base estava tendo mais oportunidade. O contexto é verdadeiro, mas, ainda assim, a qualidade do que era apresentado poderia ser melhor. O Palmeiras não tem time para estar atrás de Fluminense, Santos, São Paulo e Internacional no Brasileirão. Nem mesmo o elenco do Atlético-MG é tão diferente do palmeirense.
Argumentos foram caindo
Pouco a pouco, os argumentos foram caindo. O título Paulista deixou de ser tão lembrado, a invencibilidade não existia mais, o time foi derrotado em casa pela primeira vez no ano, perdeu para o São Paulo no Allianz Parque pela primeira vez na história... É bem provável que o trabalho de Luxa tenha durado mais do que o normal pela falta de público nos estádios. A pressão pela troca seria bem maior, especialmente logo após a derrota para o time do Morumbi.
Agora Maurício Galiotte procura um novo técnico, sem ter um favorito definido em sua cabeça. O mercado para a reposição não tem tantas opções e a diretoria não quer errar. Aguardamos cenas dos próximos capítulos. Enquanto isso, Sampaoli briga pelo topo com o Atlético-MG e o Flamengo segue na caça à liderança.
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