Palmeiras, o risco do técnico-tampão e a sombra de Miguel Ángel Ramírez
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Depois de ir até o Equador com planos de voltar com o Miguel Ángel Ramírez na bagagem, a diretoria do Palmeiras agora se vê diante de um cenário que pode transformar a busca por um substituto de Vanderlei Luxemburgo em um pesadelo.
O nome do espanhol era o que a diretoria gostaria de ter como estilo de futebol. Depois de analisar o técnico do Independiente Del Valle desde dezembro do ano passado, logo após a negativa de Jorge Sampaoli, o plano parecia virar realidade agora. De brinde, o apoio da maior parte da torcida, do Conselho, que na última ocasião era resistente e até da imprensa.
O risco de um técnico-tampão
Com a sinalização de Miguel que ele gostaria de assumir o cargo apenas em dezmbro, a diretoria optou por não topar essa condição e desistir do plano.
O calendário do futebol com a pandemia dificulta a situação. Apesar de já estarmos no final de outubro, o Brasileirão ainda não terminou nem seu primeiro turno. A Libertadores não deu início ao mata-mata, assim como a participação palmeirense na Copa do Brasil não começou. E para piorar, quase não há semana livre. Cada quarta-feira é muito importante.
Com isso, a opção de deixar o time com um "técnico-tampão" ou nas mãos de Andrey Lopes é um risco que a diretoria não quer correr neste momento. Já pensou esperar até o final do ano e chegar em dezembro fora da Libertadores, da Copa do Brasil e em situação complicada para ter uma vaga no G-6 do Nacional?
Do outro lado, se o tampão assumisse e acertasse o time, teria que entregar uma equipe funcionando bem em dezembro sob o risco de ver a troca de estilo atrapalhar o que estava dando certo. E nem precisa ir muito longe para pensar em uma situação parecida. Muricy Ramalho assumiu o próprio Palmeiras em 2009 e não conseguiu manter o desempenho que o time tinha sob o comando de Jorginho.
O escolhido já tem a sombra de Miguel
Por outro lado, ao não topar esperar, o Palmeiras tem dificuldades para imaginar um plano B. A diretoria já sentou, analisou alguns perfis como o de Rogério Ceni, Guto Ferreira, Gabriel Heinze... A lista é grande. No aspecto de estilo de jogo, o que mais agradaria é o ex-goleiro são-paulino. Como se não bastasse o risco de trazer alguém com tamanha identificação com um rival, já houve a sinalização por parte dele sobre não sair do Fortaleza antes do término da temporada. Atitude semelhante a que teve Miguel.
Pior do que isso, é a sombra que o espanhol deixa com o seu recado sobre assumir o time no fim de dezembro. Qualquer treinador que for contratado agora terá na agenda uma data para sofrer uma pressão: se não fizer o time jogar bola em dois meses, o que não é fácil considerando o nosso calendário, já sabe que verá protestos pela sua saída e por uma eventual nova tentativa com o técnico do Del Valle.
Para piorar, conhecemos a situação do futebol brasileiro e é praticamente improvável que nenhum time do Nacional não entre na ciranda dos técnicos. Está marcado para todo o mercado que Miguel toparia a sorte no Brasil no fim de dezembro. Seria uma pressão para Galiotte vê-lo acertar com um rival e dar certo justamente no seu último ano de mandato.
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