Por que o Palmeiras viajou se Miguel Ángel só toparia sair em dezembro?
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A pergunta recorrente de torcedores, conselheiros, diretores, jornalistas e até dos rivais é essa: afinal, por que o Palmeiras mandou representantes para o Equador depois de conversar por dias por telefone com Miguel Ángel Ramírez se ele só toparia deixar o Independiente Del Valle em dezembro?
A opção de momento do clube é de não responder essa pergunta com muitos detalhes. Presidente, vices e membros do Comitê Gestor se limitam a afirmar que eles tinham indícios de que o negócio estava caminhando positivamente para decidir viajar para Quito. Foram o diretor de futebol, Anderson Barros, o vice-presidente Paulo Buosi e um membro do departamento jurídico no avião emprestado pela Crefisa.
Em nenhum momento houve um "negócio fechado" por parte do técnico espanhol, apenas alguns pedidos feitos por ele com os quais o Alviverde topava, como levar membros de sua comissão, dois anos de contrato e uma sinalização de salário.
Ao aceitar essas exigências, os diretores palmeirenses sentiram que o "sim" era só questão de tempo e resolveram ir para o Equador para bater o martelo e conversar com o Del Valle sobre o pagamento da multa.
No meio do caminho, Miguel apresentou a condição com a qual o Palmeiras não concordava. Colocando na balança entre esperar dois meses e fechar com o projeto do espanhol ou ir atrás de uma contratação imediata, os palmeirenses optaram pela segunda opção. Já pelo lado do treinador, como mostrou o blog do Marcel Rizzo, há motivos para recuar e não aceitar o convite imediato.
A estratégia do Palmeiras de momento é tentar não dar tantos detalhes para não transformar a negociação em novela. Essa é uma missão quase impossível nos dias de hoje. Em uma conversa desse tipo, você envolve empresários, treinador, dirigentes do time, de federações... É muito difícil que nada vaze no meio do caminho. Ainda assim, eles vão tentar manter a mesma opção para atacar o plano B.
Enquanto isso, o mistério deixado no ar é perfeito para quem quer atacar a atual diretoria. Entre opositores e torcedores que não gostam da gestão, já há uma tese recorrente que ninguém sente firmeza nos dirigentes palmeirenses. E o passado recente dá ainda mais indícios para que a versão ganhe força.
No último ano, o Palmeiras já tomou não de Diego Cerri e Thiago Scuro, respectivamente do Bahia e do Red Bull Bragantino, na concorrência por um novo diretor executivo, e não teve sucesso nas negociações com Jorge Sampaoli.
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