Ceni e Flamengo devem tirar lições do Cruzeiro para gerir guerra de egos
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O principal obstáculo de Rogério Ceni no Flamengo será a experiência como treinador para controlar a guerra de egos na Gávea. Tudo isso com a exigência da torcida para ver um time jogando como era com Jorge Jesus. Por maior que seja a sua trajetória dentro de campo, o ex-goleiro tem poucos anos na gestão de um grupo e tem o Cruzeiro como seu grande exemplo recente de como as coisas podem dar errado, apesar das boas ideias.
Ao chegar na Toca da Raposa, Ceni encontrou um grupo cheio de medalhões, com currículo recheado de conquistas e não teve o respaldo que precisava para enfrenta-los. O treinador detectou que alguns atletas estavam acomodados e tentou bater de frente com alguns alvos específicos.
O tempo mostrou que o agora técnico do Flamengo tinha mais razão do que a diretoria. O Cruzeiro afundou, mas as lições daquele episódio precisam ser aproveitadas pelo ex-goleiro e pelo seu novo time.
Ao chegar na Gávea, Ceni encontrará atletas contemporâneos, com quem já disputou os três pontos dentro do gramado, como é o caso de Gagibol e Everton Ribeiro. Vai ter que se reconciliar com Rodrigo Caio, com quem teve problemas no São Paulo já como treinador pelo episódio de fair-play contra o Corinthians.
O técnico vai comandar Filipe Luís, que já demonstrou vontade de ser técnico no futuro e tem suas ideias sobre tática. Vai trabalhar com Diego, que marcou os são-paulinos no início dos anos 2000 por pisar no símbolo do clube em pleno Morumbi. Ceni era o goleiro daquela partida. São inúmeros exemplos.
Para ter sucesso, um técnico não pode ter só boas ideias. Ele precisa convencer os seus atletas que aquele é o caminho certo e fazer todos remarem para uma só direção. Eventualmente, ele precisará barrar atletas, promover outros e isso gera instabilidades normais em um dia a dia de trabalho.
Ao mesmo tempo que tem uma qualidade técnica incomparável no elenco, o comandante precisará de muito respaldo da diretoria, da torcida e dos líderes do grupo para poder implantar o que ele achar certo. Segundo publicou o jornalista PVC em seu blog no ge.com, os atletas gostaram da ideia. E esse é um passo importante.
Querendo ou não, Ceni pega um Flamengo com a sombra de Jorge Jesus. Menos do que aconteceu com Domenec Torrent, até pelo fracasso do espanhol no seu trabalho. Mas o nível de exigência da torcida será ver de novo o time que via com o português. E isso é muito diferente do que lutar por uma vaga na Sul-Americana com o Fortaleza.
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