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Danilo Lavieri

Flamengo de Ceni terá de se acostumar com Brasileirão virar "obrigação"

Rogério Ceni à frente do Flamengo contra o Racing, pela Libertadores - EFE/Bruna Prado POOL
Rogério Ceni à frente do Flamengo contra o Racing, pela Libertadores Imagem: EFE/Bruna Prado POOL

Colunista do UOL

02/12/2020 10h12

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Rogério Ceni precisará se acostumar no Flamengo com a conquista do Brasileirão ser tratada como obrigação. Eliminado da Copa do Brasil e da Copa Libertadores, o técnico vê logo no início de sua trajetória no Ninho do Urubu a pressão crescer de forma drástica.

Com mais tempo para treinar por conta das datas vagas no calendário, a equipe agora terá como foco 100% a conquista do Nacional. Com o melhor elenco do Brasil e um alto investimento, o nível de cobrança na Gávea já é de outro patamar.

Domenec Torrent saiu do time não porque os seus números eram ruins. O catalão foi demitido com quase 65% de aproveitamento, mas muito criticado por não fazer o time jogar um futebol bonito e por não acertar o seu sistema defensivo.

Ele e Ceni sofrem com a sombra deixada pela passagem dos sonhos de Jorge Jesus. O português chegou no meio da temporada e conseguiu fazer o torcedor acreditar que a maré de títulos não tinha prazo para acabar.

Para piorar, o Flamengo não vive em um ambiente tranquilo no aspecto político e as eliminações em série servirão como munição valiosa para a oposição.

Em um ambiente assim, a diretoria será ainda mais testada. Como será a reação dos que comandam o futebol à pressão exercida pelas quedas? Ceni continuará com respaldo mesmo com as críticas pelas substituições diante do Racing?

No aspecto financeiro, a equipe, assim como todas as outras do país, depende bastante das classificações em um ano com a pandemia colocando obstáculos intransponíveis. Sem dinheiro de bilheteria e com receitas de televisão adiadas, a premiação por classificação se transforma em uma das poucas maneiras de ganhar dinheiro. Não à toa estavam na previsão orçamentária da temporada. E agora elas não existem mais para ajudar o Rubro-Negro a pagar uma das folhas mais caras do país.

Há, ainda, um gasto importante caso o time queira manter Pedro. Por uma cláusula contratual, o Flamengo precisa pagar 14 milhões de euros para a Fiorentina para comprar o atacante que está emprestado. Ou seja, são quase R$ 90 milhões.