Marcos lembra de River x Palmeiras de 99: "argentinos nunca estão mortos"
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Tão logo a semifinal entre River Plate e Palmeiras foi confirmada, todo torcedor do Alviverde trouxe para a memória o jogo entre os mesmos times, válido pela mesma fase, na Libertadores de 1999. Mesmo quem não tem idade para ter acompanhado ao vivo já viu algum lance, alguma reportagem, algo sobre o jogo que será repetido hoje, a partir das 21h30, na Argentina. E não tem como esquecer de São Marcos.
Em entrevista exclusiva ao blog, o ex-goleiro relembrou os detalhes daquela partida no Monumental de Nuñez, que foi uma das melhores de sua carreira, e elegeu a melhor defesa daquele jogo de ida.
Marcos ressaltou a importância daquela partida para a construção de sua carreira e da imagem daquele que é para muitos o maior ídolo da história do Palmeiras.
Confira a entrevista exclusiva com São Marcos:
Danilo Lavieri: Qual sua primeira memória do jogo contra o River em 1999?
Marcos: Eu me lembro que, na época, o River já era um time experiente, com muitos títulos, e que íamos ter muita dificuldade para jogar. Achávamos que eles eram o bicho-papão daquela Libertadores. Mas, por termos passado por Vasco e Corinthians, a gente tinha confiança para entrar naquele jogo.
Qual a defesa que você mais gosta do jogo de ida?
Marcos: A defesa que eu mais gosto é a primeira, cara a cara com o Saviola, logo no comecinho do jogo, porque depois dessa defesa a gente pega confiança para seguir na partida. Eu fiz uma primeira defesa muito boa e fiquei confiante para o resto do jogo. A gente sabia desde o princípio que vinha muita bola no gol, estávamos jogando fora e fiquei muito feliz de ter feito essa primeira defesa importante.
Nota do blog: A defesa a que se refere Marcos é a primeira no vídeo abaixo da Conmebol.
Qual a importância daquele jogo para a construção da sua carreira e para a imagem de ídolo e santo?
Marcos: A importância é total. Não só do jogo, mas da conquista. Para minha imagem, foi... nossa, antes da Libertadores, eu era reserva, não era ninguém. E fiz uma Libertadores boa aquele ano, jogamos contra rivais fortes, não só os do Brasil, mas os de fora também, como o River. A partida é lembrada pelos torcedores do Palmeiras até hoje. Para a construção da minha imagem com os torcedores, esse jogo foi muito importante, extremamente importante.
Como você enxerga o jogo desta terça? Tem alguma semelhança? O fato de não ter torcida equilibra as coisas?
Marcos: Cada jogo é uma história. Naquela época, foi um grande jogo e acho que o desta terça também vai ser. O River, hoje em dia, é muito, muito, muito forte e chega em todas as Libertadores, com Gallardo no comando há muito tempo, com uma equipe muito bem montada. O fato de não ter torcida é ruim, é chato, deixa o jogo frio, não tem o calor do torcedor e a cobrança que movimenta o jogo. Mas com essa história da pandemia é o que tem para hoje. Acho que está equilibrado e é tão importante e vai ser tão bom quanto o de 1999.
Há sempre o debate que o argentino é mais preparado mentalmente para a Libertadores. Você concorda? O que falaria se fosse fazer uma palestra no vestiário na terça?
Marcos: Jogar contra argentino é sempre muito difícil. Acredito, sim, que eles são muito bem preparados psicologicamente. Você vê pela cara, pelo semblante deles. Eles estão ganhando ou perdendo e estão com mesma aparência. Eles sempre mantêm o sistema tático igual, ganhando ou perdendo. E o fato de o River ter chegado a muitas semifinais e finais os deixa muito confiantes. É diferente do Palmeiras, que há muitos anos não chega na final, né? Mas tudo isso pode ser revertido dentro de campo. Se cada jogador fizer a sua parte bem feita, tudo se equipara na hora. No jogo, tem o aspecto do grupo e tem o individual. O Palmeiras está vivendo um bom momento e tem tudo para conseguir a classificação. Como a gente sempre brincava na minha época: "cuidado com os argentinos que eles nunca estão mortos". Eles são bem psicologicamente, fisicamente e sempre são muito fortes em mata-matas.
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