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Danilo Lavieri

REPORTAGEM

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Como Palmeiras vai gerir grupo e calendário até a final da Copa do Brasil?

Jogadores do Palmeiras, antes da disputa de pênalti contra o Al Ahly - Fadi El Assaad - FIFA/FIFA via Getty Images
Jogadores do Palmeiras, antes da disputa de pênalti contra o Al Ahly Imagem: Fadi El Assaad - FIFA/FIFA via Getty Images

Colunista do UOL

12/02/2021 04h00

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Após a derrota na disputa de 3º no Mundial, o principal desafio para o Palmeiras é como gerir seu grupo com o calendário absolutamente maluco que terá até a final da Copa do Brasil. É importante, inclusive, que haja uma comunicação com seu torcedor sobre qual será a estratégia para este Brasileirão. Para mim, o certo seria usar como pré-temporada. Desde os anos 1960 um time daqui não jogava todas as partidas possíveis em um ano e isso aconteceu agora e, claro, traz consequências.

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O time paulista jogou ontem (11) no Qatar, volta ao Brasil nesta sexta-feira e já tem jogo no domingo, contra o Fortaleza. Em três dias, encara o Coritiba. Mais dois dias, a tabela indica o clássico contra o São Paulo. Três dias depois, é a vez de jogar contra o Atlético-GO e, em seguida, contra o Atlético-MG.

Só então o Palmeiras terá a final da Copa do Brasil contra o Grêmio. Acha que acabou? Entre uma partida e outra da decisão, a equipe de Palestra Itália ainda terá que fazer a sua estreia no Paulistão.

Como o título do Nacional já não é mais possível, é importante que Abel rode bastante o seu elenco e dê descanso aos atletas. E nem falo só no aspecto físico, mas especialmente no mental. A pressão de um time recheado de jovens de tirar o time da fila de 22 anos foi gigante e o grupo não soube lidar com uma nova pressão em menos de dez dias. Esse fator é primordial para o péssimo desempenho no Mundial.

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Aí é que entra a forma de se comunicar de Abel e da diretoria. Ao deixar claro que o Brasileirão servirá apenas de pré-temporada, a pressão da torcida e em cima de seus atletas será bem menor. O fundamental agora é recuperar o bom futebol que apresentou contra o River Plate na Argentina e nos 4 a 0 em cima do Corinthians e voltar a mostrar repertório ofensivo, que simplesmente sumiu na sequência recente. E aí nem incluo a final da Libertadores, que tem o fator final que justifica o nervosismo e o futebol ruim apresentado pelos dois times.

É absolutamente normal que o Palmeiras tenha altos e baixos. Abel tem cerca de três meses de trabalho, sem nenhum dia para treinar e em uma maratona que ainda teve direito a surto de covid-19. Usar o Brasileirão como uma pré-temporada de luxo é a melhor maneira de tentar minimizar todos esses problemas, inclusive considerando que não haverá pausa entre as competições de 2020 e as de 2021.