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WTorre fala sobre venda da operação do Allianz e prevê fim de arbitragem
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A WTorre negou que esteja pensando em vender a operação da Real Arenas, empresa criada pela empresa para gerir o Allianz Parque. Em entrevista ao blog, o CEO do estádio, Claudio Macedo, e o diretor financeiro da construtora, Luís Davantel, explicaram que o momento financeiro da arena palmeirense está bem melhor do que no passado recente, apesar da pandemia.
Nos últimos anos, a Real Arenas foi alvo de dezenas de processos e chegou até a ter seu pedido de falência pedido em 2015 e precisar arcar com acordos na Justiça desde então.
A notícia do interesse de comercializar é recorrente e foi novamente veiculada neste fim de semana, desta vez no blog do Lauro Jardim. Davantel e Macedo admitiram conversas no passado sobre o tema, mas que elas não continuam neste momento.
Caso uma operação deste tipo fosse concretizada, o comprador teria o direito de explorar o estádio do Alviverde seguindo o que já está em vigor em contrato atual. O clube paulista não desembolsou nada para a reforma do Palestra Itália e, em troca, cedeu o local para outras atividades comerciais como shows até 2044.
Na entrevista, os funcionários do alto escalão da construtora ainda revelaram que a arbitragem está próxima do seu fim e falaram sobre os planos para o Alviverde finalmente ter o seu museu dentro de sua própria casa.
Confira a entrevista completa no blog:
Danilo Lavieri: A Real Arenas está à venda ou tem alguma empresa interessada na compra?
Luís Davantel: Diferente de algumas outras vezes, quando a gente podia dizer que onde tem fumaça há fogo, a gente não está conversando sobre isso agora. Em seis anos de operação, temos uma visibilidade muito boa de como operar uma arena multiuso no Brasil e estamos crescendo. Por estarmos crescendo, essas propostas de compra desapareceram. A gente conversou no ano passado com alguns interessados mais no aspecto de juntar ativos do que de vender. E temos vários projetos em andamento.
Durante muito tempo a gente ouve que a operação da Real Arenas não é positiva, com dívidas e processos. Afinal, a conta é positiva?
Davantel: A conta é positiva. Claro que com a pandemia alguns ajustes tiveram que acontecer, especialmente com o Banco do Brasil. Reestruturamos um pouco do nosso projeto com eles e surpreendentemente, a gente conseguiu manter o Allianz operacional durante a pandemia. Foram mais de 70 apresentações entre shows, filmes, eventos corporativos e modelo de drive-in por conta da pandemia. O faturamento nosso é menor do que foi em 2019, claro. Por conta da pandemia. Mas se você parar para pensar que os grandes eventos não aconteceram e tivemos uns três jogos e um grande show, que foi o do Coldplay, já era de se esperar essa queda. Estamos ok com nossos principais parceiros e fornecedor, inclusive com o Banco do Brasil. Além disso a parceria com o Palmeiras se solidificou muito. Infelizmente, ainda tivemos a perda do Walter (Torre, ex-proprietário da construtora que faleceu em dezembro) e ele era uma pessoa ímpar no mercado. Mas é torcer para tudo voltar ao normal em breve. No domingo (final da Copa do Brasil) já vamos ter evento no Allianz para duas mil pessoas.
Cláudio Macedo: Nós estamos em direção de crescimento, com o Allianz e com os outros ativos. Neste evento de domingo para o jogo de ida, teremos cerca de 500 mesas e pessoas no camarote, sem a necessidade de ter o carro porque mudamos de fase nos critérios do governo na pandemia.
Mas há vários fornecedores que entraram na Justiça contra vocês por falta de pagamento, há funcionários que reclamam de atraso de pagamento...
Davantel: Uma grande empresa sempre tem esse tipo de problema. A gente tinha fornecedores maiores, mais complicados recentemente. Desde 2018 estamos endereçando e conduzindo todas as pendências. Hoje, a gente tem 100% de todos os fornecedores ou passivos totalmente endereçados. Infelizmente, algumas coisas do passado, lá em 2016, 2017 acabaram indo para a Justiça e tudo está sendo pago e amortizado. Nós já tivemos momentos muito mais difíceis. Posso te dizer que hoje a situação hoje é equilibrada. Tivemos uma reestruturação no começo da pandemia, mas várias empresas ali demitiram 70% ou 80% e nós demitimos 10% e alguns já até foram readmitidos.
Cláudio Macedo: A gente está quitando várias dívidas do passado agora, em plena pandemia. Entendo o tipo de burburinho que isso traz.
Mas por conta desses problemas vocês não podem nem receber o dinheiro do naming rights pago pela Allianz, por exemplo. Isso vai direto para pagar a dívida com o Banco do Brasil, certo?
Davantel: Quinzenalmente, várias empresas propõem para a gente reestruturar nosso prazo e nosso preço, mas não faz nenhum sentido. Essa dívida com o Banco do Brasil é muito barata. Temos uns 15 anos pela frente, com um custo de dívida extremamente competitivo. O Banco do Brasil é extremamente justo, atuante, e acompanha a gente. Realmente, você está certo, mas os naming rights representam 20% da receita e ela está dentro do processo de amortização. Por isso, nesses cinco anos, nós já quitamos R$ 100 milhões e tudo está totalmente em dia.
Vocês abriram a Bravo Live para poder tocar os projetos que ficariam parados por conta dos problemas jurídicos no CNPJ da Real Arenas?
Cláudio Macedo: São dois negócios bem diferentes. O jeito mais fácil de separar o Real Arenas é uma, que administra o espaço, e a Bravo é a promotora de eventos. A Bravo loca a arena da Real Arenas, assim como outras empresas. Nem CNPJ da Bravo tem o que tem a Real Arenas. Esse próprio evento de domingo é produção da Bravo.
Há também uma dívida ainda com o Palmeiras que pode chegar a R$ 50 milhões e ainda não foi finalizada pela arbitragem.
Davantel: Do ponto de vista de temas, essa discussão está praticamente encerrada. Tem uma matéria só que falta a Câmara Arbitral se manifestar. Infelizmente, não está na velocidade nem que nós gostaríamos e nem o Palmeiras. Porém, esse foi um processo antigo que tem uma liturgia, vamos dizer assim. E a pandemia piorou isso tudo. Tanto eles quanto nós temos a expectativa que acabe isso logo, mas já temos alguns créditos no mercado e essa dívida não vai gerar nenhum tipo de problema financeiro para a Real Arenas. A única coisa, por conta da arbitragem, é que isso fica parado. Mas temos vários projetos novos com o Palmeiras e isso vai ser divulgado em breve.
O museu é uma dessas discussões? Há uma promessa antiga que ainda não foi cumprida.
Davantel: O museu não faz parte do conceito da arbitragem, não é obrigação nossa. Mas, para nós, é fantástico. A gente quer fazer, vai ser uma área super legal, com 2 mil a 3 mil metros quadrados, uma área moderna. Eles (Palmeiras) não deixam nem eu ver (risos). Eles estão guardando a sete chaves o projeto e acho que vem algo bem bonito. E isso é um dinheiro novo que entra para a arena. Se a pandemia deixar a gente ainda vai ter uma festa de aniversário do clube maravilhosa dentro do Allianz, que faríamos no ano passado, mas não conseguimos.
Vocês têm em andamento projetos com Santos e Ponte Preta. Qual estágio eles estão?
Davantel: Os projetos seguem, dentro da estratégia do grupo. A gente repatriou o Claudio (Macedo, CEO do Allianz Parque) porque a gente quer engordar o time. Podemos falar que o trivial, que é o jogo com público e shows grandes ainda estão parados, mas estamos criando algumas coisas novas neste período, incluindo esses projetos citados. Agora estamos resolvendo algumas questões com os clubes. Já entendemos que os clubes querem fazer, e agora vamos resolver a parte fundiária, a arquitetura e os desafios particulares de cada uma delas
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