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Feito de Abel no Palmeiras é mais difícil que o de Jesus no Flamengo
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Com dois portugueses sendo os técnicos mais vitoriosos dos últimos anos no Brasil, é inevitável que haja a comparação entre eles. O feito de Abel Ferreira ontem (7), ao conquistar a Copa do Brasil, é mais difícil que o de Jorge Jesus no Flamengo em 2019.
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É evidente que o futebol mostrado pelo rubro-negro naquela temporada era mais vistoso e o desempenho no Mundial foi muito melhor que o do Alviverde no Qatar. Também considero o Brasileirão mais importante que a Copa, mas a discussão proposta neste texto é sobre as dificuldades vencidas por Abel que Jorge Jesus não teve na sua trajetória.
Para vencer a Libertadores e a Copa do Brasil, Abel teve um elenco muito pior que o time da Gávea tinha na conquista. Cortando gastos e sofrendo com a crise econômica agravada pela pandemia, o time do Palestra Itália precisou apostar nas categorias de base com jogadores que têm todos os defeitos de qualquer jovem recém-promovido.
O Flamengo de 2019 estava justamente na direção oposta. Depois de investir por anos sem ganhar nada, o time do Rio de Janeiro meteu a mão no bolso e trouxe reforços que chegam com a titularidade indiscutível. A folha salarial estava entre as maiores do país. Com toda essa qualidade, foi possível vencer o Brasileirão com tranquilidade, e a Libertadores com muito mérito.
Além dessa grande diferença, o Palmeiras de 2020 enfrentou um calendário insano. É verdade que o Flamengo de 2019 também jogou bastante, até pelo preço do sucesso, mas mesmo com os jogos não há comparação com a maratona enfrentada pelos palmeirenses por causa do calendário espremido pela pandemia.
O Palmeiras conseguiu um feito que só outros dois times tinham tido desde 1960, ao jogar todas as partidas da temporada. E isso não é tudo. O Alviverde perdeu praticamente todos os seus jogadores em algum momento por estarem contaminados pelo vírus, sem nem contar lesões importantes como as de Felipe Melo e Wesley.
Para finalizar, Jorge Jesus pôde contar com a força da maior torcida do país presente no estádio. Nos momentos de alegria e de pressão, os flamenguistas enchiam o Maracanã para empurrar os atletas, enquanto Abel ainda não sabe o que é jogar em um campo com torcedores do Palmeiras.
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