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FPF se reúne com clubes quase sem saída para manter Paulista rolando
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A onda de cidades e Estados aumentando as restrições para tentar segurar a pandemia de covid-19 deixa a Federação Paulista de Futebol encurralada no seu plano de manter o Paulistão rolando mesmo com a proibição decretada pelo Governo de João Dória. Uma solução para o problema é cada vez mais improvável e ela será debatida em reunião de hoje (16) com os clubes, a partir das 15h.
O plano inicial era tentar convencer o Ministério Público que os protocolos eram seguros com a criação de uma nova cartilha, fato que foi refutado ontem (15) em reunião como explicou o blog do Perrone. O plano B, então, era levar a competição para fora do território paulista.
Rio de Janeiro foi descartado logo no início das conversas pelo próprio governo local. Agora, Minas Gerais também avisou que não aceitará mais novas partidas de fora em seus estádios.
Outros estados do Nordeste também aumentarão suas restrições, assim como já aconteceu no Sul do país. As restrições ainda pressionam também a CBF e a Conmebol, que não pretendem parar Copa do Brasil, Libertadores e Sul-Americana. No caso internacional, a alternativa será mandar seus jogos em países como o Paraguai. Neste caso, os times foram salvos pelo fato de o Governo de São Paulo permitir treinos mesmo com as restrições aumentadas.
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A Federação Paulista de Futebol alega que a "bolha" criada por eles para o futebol é extremamente segura, relata que não há casos graves entre os envolvidos na competição e lembra de modelos como os da Inglaterra e outros países que enfrentaram medidas mais duras contra a pandemia e, mesmo assim, o futebol foi mantido, como mostra a nota na íntegra abaixo.
Há duas grandes preocupações com a paralisação. A primeira e mais imediata é a questão financeira. A maioria dos clubes ainda não se recuperou nem mesmo dos efeitos da primeira parada e renegociam salários e pagamentos atrasados até hoje. Times de menor expressão, que tem calendário mais enxuto, dependem exclusivamente desta competição para pagar as contas do ano todo. Alguns, inclusive, têm contrato só até o dia 23 de maio, data prevista para a final do torneio.
A questão das datas vem logo em seguida. Com os reflexos causados já pela mudança do calendário de 2020, a Federação Paulista de Futebol vê com extremas dificuldades mais mudanças na sua tabela. Um exemplo claro é que a entidade não conseguiu cancelar a partida entre Palmeiras e Corinthians no meio das finais da Copa do Brasil por não enxergar uma data plausível.
Confira a nota da FPF na íntegra:
A Federação Paulista de Futebol comunica que se reuniu nesta segunda-feira (15) pela manhã com o Governo do Estado de São Paulo e, à noite, com o Ministério Público Estadual para tratar da paralisação do esporte na Fase Emergencial.
Nos dois encontros, a FPF apresentou um estudo e uma proposta baseada em critérios médicos e científicos, que embasavam o pedido de liberação parcial do futebol neste período, com menos jogos, menos pessoas envolvidas, testes antes e depois de cada partida e uma "bolha de segurança" para atletas e comissões técnicas. Para conhecimento público, abaixo listamos os argumentos:
1- Assim como os restaurantes, que estão impedidos de receber clientes em seus salões e têm funcionado com sistema de delivery, o futebol segue sem público nos estádios, entregando ao torcedor, na sua casa, os jogos por meio de transmissões. No entanto, o futebol é a atividade econômica que possui um rigoroso e inédito protocolo de saúde, com testagens semanais de seus colaboradores e acompanhamento médico diário. Com a paralisação, mais de 3.000 atletas, membros de comissões técnicas e funcionários das agremiações param de ter esse controle médico;
2- O rígido controle faz com que o futebol tenha uma taxa de positividade de 2,2% —15 vezes inferior à taxa do Estado de São Paulo e menor do que a metade do que o número recomendado pela OMS para controle da pandemia (5%). E, como a grande maioria dos atletas que contraíram COVID-19 são assintomáticos, esta testagem ativa permite identificar e isolar imediatamente o profissional, evitando a contaminação de mais pessoas;
3- Na apresentação de quinta-feira (11/3), em que anunciou a Fase Emergencial, o Governo do Estado de São Paulo utilizou um slide em que citou como exemplo países que adotaram medidas restritivas. Em nenhum dos países listados pelo Governo, o futebol foi paralisado na segunda onda de COVID-19, o que demonstra que não há qualquer referência científica internacional que embase a decisão de paralisação do futebol para combate à doença;
4- A partir do anúncio da paralisação do futebol, a FPF estudou alternativas e elaborou, com base em dados científicos, um protocolo ainda mais rigoroso para proteger atletas, comissões técnicas, árbitros e os profissionais do futebol. O documento prevê a redução de 56% da quantidade de partidas disputadas no período da Fase Emergencial, com a suspensão temporária da Série A3 e parcial da Série A2 do Campeonato Paulista —a Série A1 teria seus 24 jogos realizados. Para assegurar ainda maior segurança aos profissionais, o novo protocolo criava novamente o conceito de "Bolha de Segurança", com todas as delegações testadas e isoladas em hotéis ou centros de treinamento até o fim deste período. Sem qualquer contato externo, os clubes se deslocariam apenas para os estádios (totalmente desinfetados) e retornariam para seus alojamentos, com testagens antes e depois das partidas. Além disso, o número de profissionais de operação de jogo nos estádios seria reduzido em 70%, com um esforço coletivo de comunicação para conscientizar torcedores da necessidade do isolamento social.
A FPF esclarece que, embora todas as medidas tenham sido bem recebidas pelo Governo de São Paulo e pelo Ministério Público, o pleito foi rejeitado sob argumentos que fogem de qualquer conceito médico e científico já visto mundialmente no combate à COVID-19. Nesta tarde (16), a FPF e os clubes das Séries A1, A2 e A3 se reunirão novamente para discutir as medidas que serão tomadas, garantindo a conclusão das competições em suas datas programadas.
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