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Barcellos explica Grossi na categoria de base e profissionalização do Inter
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*Colaborou Marinho Saldanha, do UOL, em Porto Alegre
O Internacional fechou a contratação recentemente de Gustavo Grossi. Cada vez mais assediado após o trabalho de sucesso no River Plate, ele chega ao Brasil para trabalhar nas categorias de base do Colorado e não no futebol profissional. Em entrevista ao blog, o presidente da equipe do Beira-Rio, Alessandro Barcellos, explicou os critérios de escolha.
Na conversa, o cartola ainda detalhou como pretende mudar a política de contratações de sua equipe e que sabe que o resultado da profissionalização do clube pode chegar depois de um determinado período, mesmo que os títulos não sejam conquistados.
Por fim, Barcellos comentou a resistência que sofreu internamente de conselheiros e sócios por colocar profissionais em cargos estratégicos e aposta em mudanças para o plano de sócio-torcedor.
Confira a entrevista completa:
Danilo Lavieri - A contratação de profissionais para o futebol hoje é uma tendência, mas a ideia ainda enfrenta alguma resistência de conselheiros e sócios de diversos clubes. Você enfrentou resistência para mudar?
Alessandro Barcellos: Existe uma tradição cultural no futebol brasileiro que os dirigentes estatutários possuem grande poder no funcionado do clube, o famoso "cartola". Nós precisamos mudar isso, é necessária a profissionalização, dividindo corretamente cada setor. Desde a eleição, a diretoria trabalha isso de forma clara para todos os colaboradores entenderem o que pretendemos fazer. O dirigente é responsável pelas decisões estratégicas, representação da instituição e por garantir condições para outros profissionais exercerem suas funções. Nenhum indivíduo vai realizar algo de forma política dentro do clube, tudo planejado e executado por pessoas da área.
Gustavo Grossi foi um nome comentado no Brasil por um tempo pelo sucesso no trabalho do River como diretor esportivo. Para o Inter, ele chega para comandar a base. Por que essa escolha?
Barcellos: É uma pessoa que sempre trabalhou com jovens jogadores, os lapidando até chegar no futebol profissional. O Gustavo vai ter essa função no Internacional, ele mesmo sabe da peculiaridade de cada clube, mas irá nos ajudar com toda a experiência que ele adquiriu nas categorias de base do River Plate, com um excelente resultado esportivo e econômico ao clube argentino.
E como você pretende integrar a base ao time profissional aproveitando a experiência dele?
Barcellos: A diretoria está replanejando institucionalmente para garantir a integração da base com o profissional. Nós criamos a gerência de transição com o Julinho Camargo, contratamos o Gustavo Grossi para as categorias de base, o Miguel Angel Ramírez tem raízes de explorar bem os jovens jogadores. Além disso, o diretor executivo Paulo Bracks completa a equipe que irá buscar cada vez usar nossa fábrica de talentos na equipe principal. A busca por jogadores sempre seguiu esse fluxo, primeiro passo é analisar internamente para buscar algum jogador já no clube que possa atender as necessidades, seja imediata ou futura, sempre priorizamos as joias que o Internacional consegue formar.
A profissionalização do clube precisa de um tempo para começar a dar resultados. Até onde você pretende segurar os profissionais recém-contratados mesmo que as conquistas demorem a chegar?
Barcellos: Não existe um tempo específico, entendemos que toda mudança demora um certo período para os profissionais se adaptarem. A diretoria do clube está disposta a ser paciente, não serão dificuldades iniciais que irão fazer o clube mudar de rumo, sabemos como funciona o mundo futebolístico, mas o Inter confia plenamente nos projetos e iremos esperar os resultados surgirem.
Alguns dos profissionais recém-contratados tiveram experiência fora do futebol e não cresceram apenas no futebol. O que eles podem agregar à gestão do futebol?
Barcellos: O conhecimento de mercado está cada vez mais inserido no futebol, entendemos que é muito importante este conhecimento técnico. Nós buscamos um equilíbrio entre as experiências no mundo empresarial com integrantes da comissão técnica, ex-jogadores e outros colaboradores que possam somar com suas histórias dentro das quatro linhas.
Palmeiras e Flamengo têm se destacado por disputar os principais títulos nos últimos anos e ambos seguiram um caminho de reformulação dos profissionais, controle das finanças e gestão como empresa. É esse o caminho que o Inter quer seguir?
Barcellos: No futebol brasileiro, eu acredito que a profissionalização deve ser o caminho seguido pelos clubes, buscar sanar dívidas para não atrapalhar o rendimento dentro de campo, gerir a compra e venda de jogadores, adotar um modelo de governança forte com indicadores. Além disso, contratar profissionais de alto nível para trabalharem com orçamentos tão altos, vejo estas medidas como essenciais para a mudança de paradigmas dentro do esporte.
Você aposta bastante no sócio-torcedor. Qual a sua política para público, especialmente agora com os portões fechados?
Barcellos: Temos um estudo que mostra que este torcedor tem total condição de estar no plano de sócio, que contribui com R$ 25 por mês. E por que não faz isso hoje? Porque nosso único produto é a ida ao estádio. Queremos dar outras experiências, relacionamento com o clube, com conteúdos, contato com atletas, experiências visuais, vídeos, oportunidades, aproximação, um vestiário mais aberto para o sócio.
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