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Desafio do Paulistão é convencer Ministério Público a liberar futebol
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O desafio da Federação Paulista de Futebol e dos clubes é convencer o Ministério Público do Estado a liberar o futebol em São Paulo. Nas últimas reuniões, o Governo deixou claro que segue a recomendação feita pelos promotores para que a bola parasse de rolar. O tema esteve na pauta da reunião virtual de hoje (29) entre entidades e equipes (veja a nota completa no final do post).
Dentro do Governo de São Paulo, inclusive, há especialistas que indicam que o futebol é seguro do ponto de vista de saúde por conta dos inúmeros testes. O Ministério não tem poder de veto, mas tem sido respeitado por João Dória. Caso os promotores retirem a recomendação, a tendência é que Dória acompanhe a decisão.
Em entrevista ao blog, o médico infectologista do centro de contingência do Estado, Marcos Boulos, explicou que o receio das autoridades é a aglomeração gerada pelos jogos.
"Fundamentalmente, as aglomerações não são no estádio, mas fora deles. Não só no entorno do estádio, mas também em bares onde as pessoas assistem TV. Ou até mesmo na frente dos bares mesmo com eles fechados. As pessoas ficam do lado do bar, gritando e bebendo. A proibição do futebol não está relacionada à prática do esporte ou jogadores, mas está atrelada ao entorno", explicou Boulos.
Logo nos primeiros encontros, os representantes de João Dória informaram a Reinaldo Carneiro Bastos, presidente da FPF, que a paralisação seguia apenas uma recomendação do Ministério, que entende que o deslocamento de pessoas para a realização de uma partida pode afetar na pandemia.
O fato de o Governo liberar os treinos é usado como um dos argumentos que o futebol está sendo usado apenas como vitrine para que a população entenda o recado. Afinal, em um treino há o deslocamento de centenas de funcionários que movimentam os CTs como faxineiros, porteiros, cozinheiros, por exemplo. E nem todos eles são testados de uma forma tão rígida.
"O treinamento é permitido justamente por não existir acúmulo de pessoas no dia de treino e esse é o risco maior no momento", explicou Boulos.
Os clubes do Estado começam a mostrar preocupação com o aspecto do calendário, especialmente após a nova paralisação até o dia 11 de abril. Por enquanto, não houve impacto financeiro, mas esse é o principal temor para os times que já sofrem desde o ano passado com o atraso de cotas e renegociações por conta da pandemia.
Veja a nota completa emitida pela Federação Paulista de Futebol:
A Federação Paulista de Futebol, os 16 clubes do Paulistão Sicredi, os Sindicatos dos Atletas, dos Árbitros e dos Treinadores se reuniram virtualmente nesta segunda-feira. Abaixo, as deliberações deste encontro:
- O Comitê Médico da FPF, presidido pelo Prof. Dr. Moisés Cohen, se reuniu na última semana com os médicos dos 16 clubes da competição. Do encontro, a partir do agravamento da pandemia, foi definido um aprimoramento do já rigoroso Protocolo de Saúde da competição. O modelo prevê a organização de ambientes controlados, em que os clubes ficarão isolados em centros de treinamento ou hotéis, se deslocando apenas para os jogos. O documento cita ainda maior frequência de testagens, redução de efetivo de pessoas nos jogos, entre outras medidas de controle. O conceito será levado ao Ministério Público Estadual, em reunião a ser realizada nesta noite, e ao Governo do Estado de São Paulo;
- Os clubes e a FPF ressaltam que este cenário com a renovação da fase emergencial gera um enorme retrocesso no controle de saúde dos atletas e comissões técnicas, além de um enorme prejuízo técnico. Por esta razão, a FPF e os clubes apresentarão ao Ministério Público e ao Governo do Estado de São Paulo a necessidade de realizar partidas da competição no Estado de São Paulo até 11 de abril, sob este protocolo aprimorado e seguro do ponto de vista médico;
- O Futebol Paulista, sob este mais rigoroso protocolo, seguirá contribuindo para o controle e prevenção do agravamento da pandemia, com testagens constantes em atletas, comissões técnicas e funcionários dos clubes, especialmente dos assintomáticos (maioria dos atletas).
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