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Danilo Lavieri

ANÁLISE

Texto baseado no relato de acontecimentos, mas contextualizado a partir do conhecimento do jornalista sobre o tema; pode incluir interpretações do jornalista sobre os fatos.

Palmeiras não se posiciona para defender grupo e prefere blindagem interna

Maurício Galiotte e Anderson Barros não se posicionaram contra ameaças a Luan e nem contra pichações na sede - Cesar Greco
Maurício Galiotte e Anderson Barros não se posicionaram contra ameaças a Luan e nem contra pichações na sede Imagem: Cesar Greco

Colunista do UOL

18/04/2021 04h00

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O Palmeiras preferiu não se posicionar mais uma vez para defender seu grupo publicamente. Assim como já havia feito no caso de Luan, que foi ameaçado pela torcida organizada após perder pênalti na Supercopa do Brasil, o clube não foi a público para manifestar apoio a Abel Ferreira, alvo das pichações na sede social na madrugada de sexta para sábado.

A ideia da diretoria é que a blindagem para a comissão técnica e para seu elenco seja apenas interna. Entre os que mandam no futebol, é consenso que a manifestação contra o técnico português foi absurda e que o trabalho dele ainda é extremamente bem avaliado.

No caso de Luan, a Mancha Verde ameaçou publicamente o jogador com manifesto e alguns dos membros da torcida organizada postaram em redes sociais ameaças com tom de violência contra o zagueiro que ficou marcado por erros decisivos dentro de campo. Na ocasião, a diretoria afirmou que não se manifestaria por manter o foco na final de quarta-feira contra o Defensa y Justicia.

Agora, o clube repetiu o silêncio em seu site oficial e nas redes sociais mesmo tendo sua própria sede pichada durante a madrugada, com palavras contra seus próprios funcionários.

Pode não parecer, mas o Palmeiras foi, em janeiro, campeão da Libertadores pela segunda vez na sua história. Depois, em março, foi a vez da conquista do tetracampeonato da Copa do Brasil. As manifestações vêm agora depois de derrotas nos pênaltis para Flamengo e Defensa y Justicia por títulos que tem pouco valor histórico e muito mais financeiro.

A derrota com o time reserva em um esquema pouco utilizado diante de um São Paulo que havia poupado seus principais jogadores no meio da semana para o clássico foi o estopim para novas manifestações, mesmo com os títulos conquistados recentemente.

A diretoria comandada por Maurício Galiotte mantém relações com a Mancha Verde, reestabelecendo relações que haviam sido cortadas na gestão anterior após atos de violência contra a sede do clube. O mesmo acontece com a Crefisa, que é patrocinadora do clube e da Escola de Samba e ainda tem como proprietária Leila Pereira, candidata à sucessão do atual presidente nas eleições do fim do ano.

Assim como foi no caso dos ataques ao ex-diretor Alexandre Mattos, aos vices e ao próprio presidente, a postura para rebater esse tipo de violência é praticamente inexistente por parte do Palmeiras.

Ontem (17), logo após as notícias das pichações se espalharem, torcedores reagiram em redes sociais com a hashtag #FicaAbel para manifestar apoio ao técnico e o nome de Galiotte chegou a ficar entre os tópicos mais comentados do país. Praticamente todos cobravam uma posição que não veio por parte do presidente.