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Danilo Lavieri

REPORTAGEM

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Copa América faz clubes voltarem a questionar calendário e pressiona CBF

Alejandro Domínguez, presidente da Conmebol, na posse de Rogério Caboclo, presidente da CBF - Lucas Figueiredo/CBF
Alejandro Domínguez, presidente da Conmebol, na posse de Rogério Caboclo, presidente da CBF Imagem: Lucas Figueiredo/CBF

Colunista do UOL

01/06/2021 11h02

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A decisão de Rogério Caboclo de aceitar a vinda da Copa América para o Brasil virou mais um motivo de pressão na CBF. Tema que até então era superado, o calendário durante a competição voltou a ser tema entre os clubes e já causou manifestação de diversos deles internamente. Externamente, Palmeiras e Flamengo são os que já deixaram clara a sua insatisfação.

Já havia, inclusive, um pacto entre os principais times do país para que nenhum usasse a covid-19 como argumento para adiar jogos. O objetivo era deixar o futebol continuar rolando e evitar a crise financeira que atinge até mesmo os maiores clubes brasileiros. Agora, já há um novo movimento que ameaça essa paz.

A seleção de Tite já estudava não chamar atletas que atuam no país ou até adotarem um limite para convocados por equipe, mas nunca houve como controlar as listas de outros países. Gustavo Gómez, De Arrascaeta e Savarino são exemplos de jogadores importantes que desfalcariam suas equipes durante quase um mês inteiro.

A decisão de Caboclo de chamar a competição sem nenhuma consulta prévia aos clubes fez com que o cartola passasse a ser ainda mais questionado em meio a uma série de problemas internos. Seu comportamento já tem sido pauta entre os dirigentes e até entre pessoas da própria CBF.

A esperança dos times era que a falta de sede cancelasse o torneio e a correção do calendário pandêmico viesse justamente pela ausência de interessados em receber a competição. Nos últimos dias, até mesmo jogadores de diferentes seleções já manifestaram que esperavam pelo cancelamento da competição. Entre comissões técnicas dos países, também havia esse sentimento.

Além de causar crise entre seus próprios filiados, Caboclo ainda conseguiu fazer a pressão na CBF ultrapassar os limites do futebol e colocou até mesmo a entidade na CPI da Covid. Como mostrou também o colega Rodrigo Mattos, toda a articulação tem como objetivo evitar possíveis desgastes com cancelamento da Copa América e eventuais multas com patrocinadores e emissoras.