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Lateral da seleção e do Barça, Emerson é pivô de briga milionária na CNRD
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Lateral direito do Barcelona e da seleção brasileira, Emerson Royal é pivô de uma briga milionária que corre na Câmara Nacional de Resolução de Disputas, a CNRD, órgão ligado à CBF que busca intermediar desentendimentos entre clubes, jogadores e empresários.
O blog obteve acesso à decisão da entidade do último dia 28 de maio que condenou o jogador a pagar 600 mil euros de multa para as empresas G3 Consultoria Esportiva e Argos Gestão e Consultoria Esportiva. Elas são dos agentes que cuidavam da carreira dele na época da transferência da Ponte Preta para o Atlético-MG, em 2018.
A sentença totaliza cerca de R$ 4,5 milhões contando outros gastos como honorários advocatícios e ainda coloca André Cury, empresário que fez a transferência do atleta para o Barcelona, como solidário. O time catalão fez o empréstimo dele para o Real Bétis nos últimos anos e anunciou nesta semana que vai usá-lo a partir da próxima temporada.
Há, também, um impasse familiar na questão que coloca mãe e pai frente a frente. A genitora afirma cuidar da carreira do atleta desde sempre, enquanto o genitor teria reaparecido recentemente na vida da família.
Ainda há espaço para que todos os envolvidos recorram, inclusive para as duas empresas que em tese foram apontadas como certas pela CNRD caso elas não concordem com o valor indicado.
O que alegam G3 e Argos?
As empresas alegam que o contrato firmado entre eles e o jogador foi quebrado de maneira injustificada, sem pagamento de rescisão, e pediram como multa por essa quebra o valor que correspondia a 10% da última transação do atleta - neste caso, a ida dele ao Barcelona. A CNRD concordou que houve quebra injustificada do contrato, mas não com o montante pedido.
A G3 e a Argos ainda alegam que André Cury teve influência direta na quebra do contrato e que o megaempresário aliciou Emerson Royal. Por conta disso, a sentença o colocou como solidário. Isso significa que o agente poderia ter de pagar a quantia total caso o jogador não honrasse com esse valor.
O que alega o jogador?
Ainda de acordo com o depoimento do jogador coletado durante o processo, Emerson decidiu romper o contrato com a G3 e com a Argos por conta de uma suspeita de acordo financeiro direto entre eles e o Atlético-MG sem a concordância dele. Ele afirmou que essa rescisão existiu por vontade própria, sem influência de Cury.
No decorrer das investigações, o clube de Belo Horizonte admitiu por meio dos documentos que pagou uma quantia de mais de R$ 800 mil para as duas empresas e disse que parte disso era referente a um comissionamento pelo acerto com o lateral.
A CNRD anexou esse documento ao processo e admitiu que essa prática só poderia existir caso Emerson tivesse concordado com a operação, o que não aconteceu. Ainda assim, o órgão ligado à CBF não reconheceu essa transgressão das normas como justificativa suficiente para a quebra de contrato de justa causa e imputou ao atleta o pagamento da multa.
O que alega André Cury?
O empresário afirma que não aliciou Emerson Royal e alegou para a Câmara que havia alertado o jogador que só assinaria o novo acordo caso houvesse o rompimento definitivo do acordo dele com os antigos gestores.
André Cury não é mais empresário do lateral e só trabalhou na ida dele do Atlético-MG para o Barcelona. Ele ainda não foi pago pelo próprio jogador por essa operação e, inclusive, também discute esse "calote" na CNRD. Além de não receber pelo seu trabalho, ele agora ainda foi condenado como solidário em um possível pagamento da multa pela rescisão anterior da qual ele alega não ter tido influência.
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