Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
Seleção brasileira faz de manifesto uma "nota de repúdio" que muda pouco
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O manifesto divulgado após a vitória contra o Paraguai pelos jogadores da seleção brasileira se transformou em uma grande nota de repúdio, no melhor estilo Brasil dos últimos anos, quando absurdos e mais absurdos eram combatidos com palavras, mas sem ações que de fato mudam algo na história. Evolução se faz com atitude.
Uma carta como essa que deixa claro que os jogadores são contra a Copa América só serviria de algo se houvesse ação de verdade, até porque o texto não traz nada nem que poderíamos considerar "forte" ou que justificasse a preocupação do grupo. Do que adianta falar que é contra, mas entrar em campo, comemorar gols e brigar pelo título enquanto cerca de 2 mil pessoas morrem por dia? Se Argentina e Colômbia não tinham condições de receber, por que o Brasil pode ser a sede?
A carta ainda afirma que não quer se transformar em algo político. Ir contra uma competição como essa não deveria ser encarado como ato dessa natureza, mas, sim, como uma medida a favor da ciência e da saúde. Mas, hoje, no Brasil, por incrível que pareça, combater uma pandemia virou tema político.
Isso para nem entrar no mérito que a competição só está no Brasil por questões políticas, que teve trabalho da CBF em parceria com o Governo Federal. Como falar que não é política?
Se jogadores como Neymar, Casemiro, Thiago Silva que já têm dinheiro para gerações, já são consagrados na Europa, já têm lugar garantido na história na seleção não fizerem nada para que o futebol mude e seja um ambiente mais organizado e respeitado na sociedade como um todo, que tipo de atleta teria esse poder?
No fim, imaginar que a seleção finalmente não tentaria ser alheia aos problemas do seu povo e daria um passo rumo à aproximação do torcedor foi apenas um devaneio temporário. Do jeito que fica, parece que o objetivo era apenas a saída de Rogério Caboclo da presidência da CBF. Para que nenhuma expectativa fosse criada, era simples: a carta deveria ser divulgada no início de toda a polêmica.
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