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Governo "some" com participantes com covid em balanço da Copa América
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*Com Gabriel Carneiro, do UOL, no Rio de Janeiro
O Ministério da Saúde reduziu, sem explicações, o número de pessoas das delegações que estão no Brasil para a disputa da Copa América e foram testadas como positivas para a covid-19. A mudança foi passada pelo órgão ontem (15) e mantida hoje no último boletim divulgado pela entidade.
No comunicado divulgado por volta das 12h de ontem, o balanço indicava 52 casos no total, sendo 33 jogadores e membros de comissões e 19 prestadores de serviço nas cidades de Brasília e Rio de Janeiro. Às 16h, uma nova parcial indicava que o total de infectados era de 53, sendo que os casos entre pessoas de delegações chegavam a 27, além de outros 26 prestadores de serviço em Brasília, Rio de Janeiro e Goiânia, que anteriormente não constava na nota.
O balanço de ontem já representava um aumento de 26% em relação ao que havia sido divulgado no dia 14 de junho, quando 41 pessoas estavam infectadas, sendo 31 de atletas ou pessoas de comissão técnica.
O blog questionou o Governo pelo "sumiço" de seis infectados entre as delegações. O Ministério disse não ter explicações mais detalhadas e alegou que apenas repassava os números que eram divulgados pela Conmebol, organizadora do torneio. Hoje (16) pela manhã, houve a divulgação de um novo balanço com os mesmos números da tarde de ontem, com o aumento do número de testes para 3.045.
O blog, então, questiona a Conmebol desde o início da tarde desta quarta-feira, mas não obtém explicações sobre o tema. A reportagem será atualizada assim que a entidade sul-americana responder essa questão.
A Copa América seria originalmente organizada na Argentina e na Colômbia, mas acabou transferida de sede. Os argentinos alegaram que não poderiam receber o torneio por conta da crise sanitária, assim como os colombianos, que ainda usaram os protestos por razões políticas vividos no país como argumento extra para não receber mais os jogos.
O Brasil, então, se colocou à disposição para receber o torneio após um acordo costurado entre CBF e o Governo Federal. A decisão gerou críticas da opinião pública, dos jogadores de todas as seleções, que chegaram até a conversar sobre um eventual boicote ao campeonato.
Para minimizar os riscos, a Conmebol e o Governo inicialmente afirmaram que todos os envolvidos no torneio seriam vacinados, promessa que foi desfeita dias antes do pontapé inicial.
A seleção da Venezuela foi a principal atingida por um surto, mas as delegações de Bolívia, Peru e Colômbia também sofreram baixas. Ontem à noite, o jornal Metrópoles publicou uma denúncia anônima de uma pessoa do Brasília Palace Hotel, onde os venezuelanos estão hospedados.
A reportagem afirmou que os atletas infectados não ficaram em isolamento como manda o protocolo e ainda disse que os funcionários não estavam sendo testados como o prometido pela Conmebol, o que coloca em risco não só os prestadores de serviço, mas as pessoas que moram com eles. Em nota, o hotel negou essas acusações, enquanto a entidade sul-americana mais uma vez não se manifestou.
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