Texto baseado no relato de acontecimentos, mas contextualizado a partir do conhecimento do jornalista sobre o tema; pode incluir interpretações do jornalista sobre os fatos.
Palmeiras se destaca mesmo destroçado e tem muito a melhorar com retornos
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Entre todos os favoritos do Brasileirão antes de a bola começar a rolar, o Palmeiras é o único que consegue terminar a rodada desta quarta-feira (30) ocupando espaço de protagonista após a importantíssima vitória diante do Internacional. Com 16 pontos em oito jogos, a equipe precisou superar alguns problemas importantes para confirmar a sua posição e enfrenta a resistência até mesmo de seu próprio torcedor por causa do desempenho da equipe em algumas partidas.
Por mais irônico que possa parecer, Abel Ferreira terminou a temporada passada em março apontado como a grande salvação da equipe. Terminou a rodada da semana passada atirando contra a diretoria por causa da falta de reforços. Boa parte da torcida comprou o discurso do português, a minoria restante se voltou contra o próprio técnico. Se um extraterrestre tivesse acabado de chegar à Terra nem acreditaria que aquela equipe tinha conquistado a Libertadores e a Copa do Brasil há três meses. Tudo parecia errado, reflexo claro do vexame contra o CRB.
Tem várias explicações para isso. O Palmeiras sofre com o calendário maluco do Brasileirão que não para mesmo com a Copa América e com as Olimpíadas. Com as convocações, Abel perdeu nada mais nada menos que quase todo o seu sistema defensivo titular. Weverton, Gustavo Gómez e Matias Viña viraram desfalques com as convocações. Ainda que o uruguaio não estivesse como dono da posição naquele momento, foi assim que ele atuou durante quase toda a passagem do português.
Junto a isso, o Alviverde enfrentou o inevitável na maratona propiciada pela pandemia e por ter sido o time que mais jogou no país na temporada passada: as lesões. Praticamente todos os atletas viraram desfalques em algum momento, forçando o técnico a improvisar em quase todas as situações. Isso sem contar quando atletas eram desfalques por causa da covid-19, perdiam mais de uma semana de treino e demoravam a recuperar a sua melhor forma.
Não é só isso. Com um time de jovens, Abel encarava a oscilação natural de jogadores que ainda estão longe de alcançar a maturidade. Gabriel Menino, Renan, Veron, Danilo e Patrick de Paula formavam a engrenagem da equipe no início da temporada de 2021 e oscilaram demais. A queda vertiginosa deles deixou o time capenga. Faltou intensidade. Ainda falta em algumas partidas, especialmente com Raphael Veiga que está abaixo do seu potencial. Gustavo Scarpa se desdobra para ocupar esse espaço.
A juventude ainda fez Patrick de Paula cometer um erro absurdo dois dias depois de ver seu companheiro cercado por membros de torcida organizada. Como se não bastasse o exemplo de Lucas Lima ao ir em uma aglomeração clandestina, o jovem herói do título Paulista de 2020 foi para a noite horas depois de protagonizar episódio infantil de entrar em campo com brinco e revoltar companheiros e, principalmente, a comissão técnica.
Com todas essas dificuldades e com o nível de cobrança para que o Palmeiras apresentasse futebol de campeão da América, Abel conseguiu se sair bem em algumas situações, errou bastante em outras. Mesmo com todas as dificuldades, o português devia fazer a sua equipe apresentar algumas alternativas melhores dentro de campo. Mas o Alviverde mostrou uma casca que é fundamental para quem quer sempre estar brigando pelas primeiras posições.
A missão do time neste momento é ficar sempre no bolo dos primeiros colocados para quando a equipe for reforçada por nomes importantíssimos. Gustavo Gómez, Matias Viña e Weverton voltarão tão logo suas seleções sejam eliminadas da Copa América. A diretoria ainda agiu certo ao barrar a ida do goleiro para as Olimpíadas e precisará fazer mágica para não perder o lateral que desperta o interesse do futebol europeu.
O fim da competição de seleções ainda pode trazer Borja. O atacante está longe de ser o nome dos sonhos do torcedor, mas vive excelente fase no Junior Barranquilla e, pode, por que não, ser uma opção para uma equipe que tem visto até mesmo Deyverson ter participação importante. Ele só poderá jogar a partir do dia 1º de agosto.
Mesma data que tem Dudu para retornar. Esse, sim, será o grande destaque para a equipe. É provável que ele será o melhor reforço da temporada do futebol brasileiro. Eleito melhor da sua posição por anos consecutivos, ele volta do Qatar sem sentir a pressão de vestir o verde, em uma equipe que está acostumada a ganhar, e tem tudo para jogar o nível do ataque palmeirense lá em cima.
Para quem estava até outro dia reclamando do que tem nas mãos, Abel pode olhar para o lado e pensar, certamente, que tem um dos melhores elencos do país e que não é exagero que ele seja obrigado a colocar seu time para brigar pelas primeiras posições em tudo o que disputar.
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